A santidade que torna livres, é tarefa de todos os seres humanos: Bento XVI antes
do Angelus na Solenidade de Todos os Santos
(1/11/2007) Ás vezes pensa-se que a santidade é uma condição de privilegio reservada
a poucos eleitos. Na realidade, tornar-se santo é a tarefa de cada cristão, poderíamos
mesmo dizer de cada homem! Foi o que salientou Bento XVI nesta quinta feira, Solenidade
de todos os Santos, antes da recitação da oração mariana do Angelus com alguns milhares
de pessoas congregadas ao meio dia na Praça de São Pedro. O Papa recordou que
nos primeiros tempos do Cristianismo os membros da Igreja eram chamados também “santos”.
Na Primeira Carta aos Corintos, por exemplo São Paulo dirige-se “aos santificados
em Jesus Cristo, chamados á santidade, com todos os que, em qualquer lugar, invocam
o nome de Jesus Cristo”. O cristão de facto - salientou depois o Papa – é já santo,
porque o Baptismo une-o a Jesus e ao seu mistério pascal, mas deve ao mesmo tempo
tornar-se santo, conformando-se a Ele cada vez mais intimamente… “Todos os seres
humanos são portanto chamados á santidade que, em última análise, consiste em viver
como filhos de Deus, naquela semelhança com Ele, segundo a qual foram criados. Todos
os seres humanos são filhos de Deus, e todos devem tornar-se naquilo que são, através
do caminho exigente da liberdade Deus convida todos a fazerem parte do seu povo
santo”
Á nossa oração de louvor a Deus e de veneração dos espíritos bem-aventurados,
que hoje a liturgia nos apresenta como uma grande multidão que ninguém pode contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas, une-se a oração de sufrágio por todos
aqueles que nos precederam na passagem deste mundo á vida eterna. A eles, recordou
Bento XVI, amanhã dedicaremos de maneira especial a nossa oração e por eles celebraremos
o Sacrifício eucarístico. Na verdade, todos os dias a Igreja convida-nos a rezar por
eles, oferecendo também os sofrimentos e as fadigas quotidianas para que, completamente
purificados, sejam admitidos no gozo eterno da luz e da paz do Senhor. No centro
da assembleia dos Santos resplandece a Virgem Maria. Colocando a nossa mão na sua
- disse o Papa a concluir – sentimo-nos animados a caminhar com um maior impulso na
via da santidade. A Ela confiamos o nosso empenho quotidiano e pedimos-lhe hoje
também pelos nossos queridos defuntos, com a esperança intima de nos encontrarmos
um dia todos juntos na comunhão gloriosa dos santos.