EUA: DOIS SACERDOTES PRESOS POR TENTAREM DENUNCIAR MÉTODOS DE TORTURA
Washington, 29 out (RV) - O professor de Direitos Humanos na "Loyola University",
de Nova Orleans, EUA, Bill Quigley, está divulgando a prisão irregular de dois sacerdotes
que tentaram denunciar o ensinamento de métodos de tortura no país. Segundo Quigley,
o franciscano Louis Vitale, de 75 anos, e o jesuíta Steve Kelly, de 58, foram presos,
por terem escrito uma carta à comandante do Fort Huachuca, no estado do Arizona, Barbara
Fast.
Os sacerdotes afirmam, em sua carta, que em Fort Huachuca, onde funciona
um centro do serviço secreto norte-americano, estariam sendo ensinadas técnicas de
tortura para forçar prisioneiros a falarem. A tentativa de denúncia dos dois sacerdotes,
no entanto, não foi bem recebida, e eles foram condenados a cinco meses de reclusão,
num cárcere federal.
Oficialmente, Vitale e Kelly foram condenados por violação
de propriedade e resistência às ordens de um oficial. Mas segundo o professor Quigley,
a justificativa oficial não é verdadeira. O docente também acusa a comandante do centro
de treinamento, Barbara Fast, de ter sido, no passado, a responsável por todas as
operações de inteligência no Iraque, quando foram torturados os prisioneiros de Abu
Ghraib.
Ainda de acordo com Quigley, os manuais de tortura desse centro norte-americano
teriam a mesma origem dos manuais distribuídos a diplomatas latino-americanos na "Escola
das Américas", do exército, em Fort Benning, no estado da Geórgia. Essa escola é famosa
por ser freqüentada por ditadores e militares da América Latina. (GA/AF)