Os mártires impulsionam-nos a actuar incansavelmente no sentido da misericórdia, da
reconciliação e da convivência pacífica: Bento XVI, ao Angelus.
(28/10/2007) Ao meio-dia, aparecendo, como habitualmente aos domingos, à janela dos
seus aposentos, sobre a Praça de São Pedro, para a recitação do Angelus, Bento XVI
referiu-se naturalmente à beatificação dos mártires espanhóis:
“Damos graças
a Deus pelo grande dom destes heróicos testemunhas da fé que, movidos exclusivamente
pelo seu amor a Cristo, pagaram com o seu sangue a sua fidelidade a Ele e à sua Igreja.
Com o seu testemunho, iluminam o nosso caminho espiritual para a santidade, e encorajam-nos
a entregar as nossas vidas como oferta de amor a Deus e aos irmãos. Ao mesmo tempo,
com as suas palavras e gestos de perdão para com os perseguidores, impulsionam-nos
a trabalhar incansavelmente pela misericórdia, pela reconciliação e pela convivência
pacífica.”
O Papa concluiu esta saudação exortando os peregrinos espanhóis
a “fortalecerem cada dia mais a comunhão eclesial”, sendo “testemunhas fiéis do Evangelho,
no mundo”, e “sentindo a dita de serem membros vivos da Igreja”.
Nas palavras
pronunciadas em italiano, Bento XVI referiu também as outras beatificações que tiveram
lugar neste mês de Outubro: Albertina Berkenbrock, Emmanuel Gomez Gonzalez e Adilio
Daronch (há oito dias, no Brasil), e ainda Franz Jaegerstaetter (nesta sexta-feira,
na Áustria) – todos eles mártires pela fé. “O seu exemplo – observou o Papa –
testemunha que o Baptismo empenha os cristãos a participar com coragem à difusão do
Reino de Deus, cooperando se necessário com o sacrifício da própria vida. Contudo
– acrescentou – é claro que nem todos são chamados ao martírio cruento. Há porém um
martírio incruento, que não é menos significativo, como o de Celina Borzecka, esposa,
mãe de família viúva e religiosa, ontem beatificada em Roma”.
“É o testemunho
silencioso e heróico de tantos cristãos que vivem o Evangelho sem compromissos, cumprindo
o seu dever e dedicando-se generosamente ao serviço dos pobres. Este martírio
da vida ordinária é um testemunho mais do que nunca importante nas sociedades secularizadas
do nosso tempo. É a pacífica batalha do amor que cada cristão, como Paulo, deve combater
incansavelmente; a corrida para difundir o Evangelho que nos empenho até à morte”.