Beethoven ajuda-nos a encontrar Deus dentro de nós
(28/10/2007) Ás vezes, precisamente através de períodos de vazio e de isolamento
internos, Deus quer tornar-nos atentos e capazes de sentir a sua presença silenciosa
não só por cima do firmamento, mas também no intimo da nossa alma. Bento XVI comentou
com estas palavras a Nona Sinfonia de Beethoven, executada para ele, este sábado
á tarde pela orquestra sinfónica e pelo coro da Bayerischen Rundfunks dirigidos por
Mariss Jansons. A solidão silenciosa - explicou – tinha ensinado a Beethoven uma
maneira nova de escutar que parece uma maneira nova de percepção, um dom a quem obtém
de Deus a graça de uma libertação externa e interna. “A nona sinfonia, esta imponente
obra prima suscita sempre de novo – disse confidencialmente o Papa teólogo – a minha
maravilha: após anos de auto-isolamento e de vida retirada, com depressão e profunda
amargura que ameaçavam sufocar a sua criatividade artística, o compositor já totalmente
surdo surpreende o público com uma composição que rompe a forma tradicional da sinfonia
e, na cooperação de orquestra, coro e solistas, eleva-se a um extraordinário final
de optimismo e de alegria. Segundo o Papa . para o grande compositor aflito pelas
doenças, o sentimento irresistível de alegria transformado em música não é algo ligeiro
e superficial: é um sentimento conquistado com fadiga, superando o vazio interior
de quem fora impelido para o isolamento pela surdez. Portanto, de Beethoven podemos
aprender aquela percepção que recebe em dom, quem obtém de Deus a graça de uma libertação
interior e exterior. E não foi por acaso, concluiu Bento XVI que precisamente
a execução do Hino á alegria saudou a queda do muro de Berlim. A Aula Nervi tributou
um caloroso aplauso aos 174 artistas e o Pontífice quis saudar pessoalmente o maestro
Jansons, aproximando-se do palco . Presentes também o irmão do Papa Mons. Georg Ratzinger
e o ministro presidente da Baviera Guenther Beckstein com a esposa, e numerosos cardeais
e bispos, entre os quais o Cardeal Friedrich Wetter, arcebispo emérito de Munique
e Frisinga