RATIFICAÇÃO DE ACORDO ENTRE SANTA SÉ E BÓSNIA-HERZEGÓVINA CARACTERIZA ENCONTRO ENTRE
PAPA E LÍDER BÓSNIO
Cidade do Vaticano, 25 out (RV) - Uma importante audiência caracterizou os
compromissos de hoje do Santo Padre, que esta manhã recebeu o presidente da Presidência
Colegial da Bósnia-Herzegóvina, Željko Komšić.
Logo após o colóquio com o papa,
o presidente Komšić e o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, fizeram a
troca dos instrumentos de ratificação do Acordo de Base entre a Santa Sé e a Bósnia-Herzegóvina
_ assinado em Sarajevo em 2006 _ e da assinatura do relativo Protocolo adicional,
sempre de 2006, que definem os âmbitos da atividade eclesial no país balcânico.
As
considerações relacionadas à aplicação do Acordo de Base, em particular, "ao compromisso
da Igreja nos campos da educação, das atividades sociais e caritativas e da assistência
pastoral aos fiéis católicos", foram objeto do cordial diálogo entre o papa e o líder
balcânico _ informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Foi reiterada
_ prossegue o comunicado _ "a contribuição da comunidade católica para favorecer a
pacífica convivência entre as diversas etnias e os grupos religiosos no país".
Por
sua vez, o presidente Komšić ressaltou a importância do Acordo de Base, falando, entre
outras coisas, do progresso da Bósnia-Herzegóvina rumo à entrada na União Européia
e na OTAN _ Organização do Tratado do Atlântico Norte _ e dirigindo ao papa o convite
a visitar o país balcânico.
Na cerimônia sucessiva, no momento da troca dos
instrumentos de ratificação do Acordo de Base, o cardeal secretário de Estado, Tarcisio
Bertone, falou de "dia histórico", fazendo votos do início de "uma longa e profícua
colaboração" entre a Santa sé e Bósnia-Herzegóvina.
Trata-se de um país que
ainda recorda os dramas sofridos com a guerra há mais de dez anos, guerra que esfacelou
a ex-Iugoslávia, deixando atrás de si 300 mil mortos somente na Bósnia-Herzegóvina,
e quase dois milhões entre refugiados e deslocados _ bem como uma conseqüente instabilidade
da qual o status de Kosovo é um exemplo evidente.
O Cardeal Bertone afirmou
que o Acordo estipulado entre o país balcânico e a Santa Sé "representa um positivo
desenvolvimento na consolidação do estado de direito e dos princípios democráticos,
sobre os quais a Bósnia-Herzegóvina quer fundar o próprio futuro".
No Acordo
de Base se reconhece a personalidade jurídica da Igreja católica e de suas entidades
no seio da sociedade civil: um reconhecimento que se traduz _ nos fatos _ em liberdade
de independência no culto e no apostolado, como também no reconhecimento da contribuição
eclesial nos setores da cultura da Bósnia-Herzegóvina, da educação, da pastoral, bem
como no campo militar, assistencial, caritativo e dos meios de comunicação.
"Num
Estado como a Bósnia-Herzegóvina, que acolhe dentro de suas fronteiras uma sociedade
multiétnica e multirreligiosa, o atual Acordo _ enfatizou o secretário de Estado _
resulta a melhor garantia jurídica para assegurar o ordenado desenvolvimento da vida
religiosa, sobretudo em suas implicações públicas."
Isso _ prosseguiu o purpurado
_ oferecerá uma "imagem positiva em nível internacional" do Estado balcânico, e "contribuirá
para a superação dos graves problemas herdados do passado e para a construção de um
futuro melhor".
"Um futuro _ concluiu o Cardeal Bertone _ no qual se possam
realizar as aspirações de um país que, por história e geografia, representa uma singular
encruzilhada de identidades diversas, mas que pertence com pleno direito à Europa."
(RL)