2007-10-25 19:22:00

RATIFICAÇÃO DE ACORDO ENTRE SANTA SÉ E BÓSNIA-HERZEGÓVINA CARACTERIZA ENCONTRO ENTRE PAPA E LÍDER BÓSNIO


Cidade do Vaticano, 25 out (RV) - Uma importante audiência caracterizou os compromissos de hoje do Santo Padre, que esta manhã recebeu o presidente da Presidência Colegial da Bósnia-Herzegóvina, Željko Komšić.

Logo após o colóquio com o papa, o presidente Komšić e o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, fizeram a troca dos instrumentos de ratificação do Acordo de Base entre a Santa Sé e a Bósnia-Herzegóvina _ assinado em Sarajevo em 2006 _ e da assinatura do relativo Protocolo adicional, sempre de 2006, que definem os âmbitos da atividade eclesial no país balcânico.

As considerações relacionadas à aplicação do Acordo de Base, em particular, "ao compromisso da Igreja nos campos da educação, das atividades sociais e caritativas e da assistência pastoral aos fiéis católicos", foram objeto do cordial diálogo entre o papa e o líder balcânico _ informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Foi reiterada _ prossegue o comunicado _ "a contribuição da comunidade católica para favorecer a pacífica convivência entre as diversas etnias e os grupos religiosos no país".

Por sua vez, o presidente Komšić ressaltou a importância do Acordo de Base, falando, entre outras coisas, do progresso da Bósnia-Herzegóvina rumo à entrada na União Européia e na OTAN _ Organização do Tratado do Atlântico Norte _ e dirigindo ao papa o convite a visitar o país balcânico.

Na cerimônia sucessiva, no momento da troca dos instrumentos de ratificação do Acordo de Base, o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, falou de "dia histórico", fazendo votos do início de "uma longa e profícua colaboração" entre a Santa sé e Bósnia-Herzegóvina.

Trata-se de um país que ainda recorda os dramas sofridos com a guerra há mais de dez anos, guerra que esfacelou a ex-Iugoslávia, deixando atrás de si 300 mil mortos somente na Bósnia-Herzegóvina, e quase dois milhões entre refugiados e deslocados _ bem como uma conseqüente instabilidade da qual o status de Kosovo é um exemplo evidente.

O Cardeal Bertone afirmou que o Acordo estipulado entre o país balcânico e a Santa Sé "representa um positivo desenvolvimento na consolidação do estado de direito e dos princípios democráticos, sobre os quais a Bósnia-Herzegóvina quer fundar o próprio futuro".

No Acordo de Base se reconhece a personalidade jurídica da Igreja católica e de suas entidades no seio da sociedade civil: um reconhecimento que se traduz _ nos fatos _ em liberdade de independência no culto e no apostolado, como também no reconhecimento da contribuição eclesial nos setores da cultura da Bósnia-Herzegóvina, da educação, da pastoral, bem como no campo militar, assistencial, caritativo e dos meios de comunicação.

"Num Estado como a Bósnia-Herzegóvina, que acolhe dentro de suas fronteiras uma sociedade multiétnica e multirreligiosa, o atual Acordo _ enfatizou o secretário de Estado _ resulta a melhor garantia jurídica para assegurar o ordenado desenvolvimento da vida religiosa, sobretudo em suas implicações públicas."

Isso _ prosseguiu o purpurado _ oferecerá uma "imagem positiva em nível internacional" do Estado balcânico, e "contribuirá para a superação dos graves problemas herdados do passado e para a construção de um futuro melhor".

"Um futuro _ concluiu o Cardeal Bertone _ no qual se possam realizar as aspirações de um país que, por história e geografia, representa uma singular encruzilhada de identidades diversas, mas que pertence com pleno direito à Europa." (RL)







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