(25/10/2007) O Parlamento Europeu atribuiu esta quinta feira o Prémio Sakharov de
2007 a Salih Mahmoud Osman, pelo trabalho em favor das vítimas da guerra civil na
região sudanesa do Darfur. O galardão será oficialmente entregue a 11 de Dezembro,
na próxima sessão plenária em Estrasburgo, véspera do 59.º aniversário da assinatura
da Declaração universal de Direitos Humanos da ONU. Osman colabora com a Organização
Sudanesa contra a Tortura, representando gratuitamente muitas das vítimas da guerra
civil. A sua luta acarretou-lhe sérios custos pessoais: alguns membros da sua família
foram mortos e torturados. Pelo seu trabalho em prol da Paz, da Dignidade Humana
e dos Direitos Fundamentais no Sudão, Salih Mahmoud Osman foi já galardoado em 2005
com a mais alta distinção da Human Rights Watch e recebeu o Prémio International Human
Rights da Ordem dos Advogados norte-americana (American Bar Association). Osman
participa também, desde os anos mais recentes de conflito, no esforço para proteger
os mais de 2 milhões de sudaneses deslocados, procurando que regressem a suas casas
e iniciem programas de reabilitação. A sua liberdade de palavra e de acção como cidadão
e como advogado tem sido, repetidas vezes, ameaçada e posta em causa. Tem corrido
várias vezes risco de vida.
A iniciativa da apresentação de uma candidatura
defensora da liberdade de expressão e dos direitos fundamentais no Darfur nasceu,
em Julho passado, da delegação parlamentar europeia que, na altura, visitou o Darfur.
Criado em 1988, o "Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento" é atribuído
todos os anos pelo Parlamento Europeu e visa recompensar personalidades ou entidades
que se distinguem na defesa dos Direitos Humanos. A exemplo do seu patrono, o dissidente
russo Andrei Sakharov, os laureados com o Prémio Sakharov testemunham a coragem na
defesa dos direitos do Homem e da liberdade de expressão