2007-10-22 20:49:14

TRADUZIR AS PALAVRAS DO PAPA EM AÇÃO PASTORAL: SACERDOTE DE NÁPOLES COMENTA VISITA DE BENTO XVI À CIDADE ITALIANA


Nápoles, 22 out (RV) - Bento XVI beijou ontem à tarde, em Nápoles, a teca que contém o sangue de São Januário, padroeiro daquela cidade do sul da Itália. Trata-se da ampola que para a cidade de Nápoles representa o sinal de uma predileção divina.

Esse gesto do papa, junto ao silencioso recolhimento na capela do padroeiro da cidade, foram os momentos mais significativos da tarde de ontem, antes que Bento XVI se despedisse de Nápoles, onde, durante a manhã, havia presidido a missa ao ar livre, na Praça Plebiscito.

Para um comentário sobre essa visita do papa, e em particular sobre as suas palavras que exortaram a vencer com o compromisso político e moral as derivas impostas pelo crime e pela incivilidade, a Rádio Vaticano ouviu o pároco da igreja de Nossa Senhora da Assunção _ zona norte de Nápoles, uma das zonas mais difíceis da cidade _ Pe. Francesco Minervino:

Pe. Francesco Minervino:- ”Certamente, ontem pela manhã o papa respirou a vontade do povo de Nápoles de levantar-se naquela força que leva, sobretudo a Igreja _ em determinadas realidades e em determinados territórios _ a estar na linha de frente da esperança.”

P. Pe. Minervino, como o senhor viveu a liturgia na Praça Blebiscito, durante a qual o papa se dirigiu também aos sacerdotes de Nápoles?

Pe. Francesco Minervino:- ”A homilia do papa foi algo que certamente marcou esse encontro. Foi uma homilia belíssima, tanto no que concerne a referência explícita aos pastores da Igreja e, portanto, à realidade da Igreja de estar sempre pronta para intervir nos momentos oportunos _ mas também nos momentos inoportunos _ quanto por aquela clareza de consideração. A camorra em Nápoles é, sobretudo, uma estrutura organizativa que já não é mais invisível, mas, pelo contrário, encontra-se bastante ramificada no território e na cidade real. Trata-se, sobretudo, de uma mentalidade difusa que, infelizmente, encontra justamente nos jovens os verdadeiros protagonistas. Houve depois a passagem que evidencia que a escola e o trabalho podem salvar os jovens da camorra. E isso é verdade. Essas passagens tocaram no coração, porque a atualização da Palavra de Deus que o papa Bento XVI soube partilhar conosco nos tocou verdadeiramente no profundo. Penso que esse aspecto devemos depois nós, sacerdotes e leigos _ como Igreja napolitana e junto a todas as realidades da Igreja de Nápoles _ recuperar também nas relações sucessivas com as instituições.”

Voltando ao Evangelho de ontem, que o papa amplamente comentou durante a homilia, Bento XVI convidou a reforçar a esperança que se fundamenta na fé e que se expressa numa oração incansável.

P. Quanto é importante acreditar na oração _ tema que também o senhor certamente propõe a seus paroquianos?

Pe. Francesco Minervino:- ”Sim, mesmo porque a fé cristã, sobretudo neste nosso território, pode transformar-se numa espécie de devoção que distancia também o compromisso dos cristãos com a vida social e com a vida política. Fé significa viver o presente e a oração é o respiro da alma _ como nos ensinam os mestres do espírito, e é a nossa força. Se um povo entra em desespero e no pessimismo é porque _ como fiéis _ sabemos que faltou, sobretudo, a oração e, portanto, o confiar-se a Deus.”

P. Pe. Minervino, como fazer para que essa visita, rápida, mas incisiva, do papa a Nápoles, possa dar frutos no caminho pastoral da Igreja napolitana?

Pe. Francesco Minervino:- ”O papa vem a Nápoles também no momento do início de uma nova linha pastoral. Ademais, essa visita do papa, entre outras coisas, deu início ao Encontro inter-religioso da Comunidade de Santo Egidio justamente sobre o diálogo, e Nápoles é uma cidade que por natureza está aberta ao diálogo. No que se refere à linha pastoral, será o arcebispo, Cardeal Crescenzio Sepe, quem verá como impostar e colocar em prática as palavras do papa. Espero que seja o início daquilo que com o novo arcebispo se está procurando entender.” (RL)







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