OBSERVADOR PERMANENTE DA SANTA SÉ NA ONU AFIRMA QUE QUESTÃO NUCLEAR É URGENTE
Nova York, 19 out (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino
Migliore, afirmou, nos dias passados, durante a reunião nas NN.UU. da Comissão sobre
o Desarmamento e a Segurança Internacional, que "deter a proliferação nuclear é urgente,
mas que isso deve ser obtido mediante acordos pacíficos e não por meio de ações militares".
No
contexto das crescentes tensões desencadeadas entre as potências ocidentais e o governo
islâmico do Irã, em virtude do desenvolvimento da capacidade nuclear deste último,
Dom Migliore assinalou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) "desempenha
um papel cada vez mais importante".
"A Santa Sé _ disse o arcebispo _ na qualidade
de membro fundador dessa agência, continua apoiando plenamente seus objetivos, na
convicção de que a AIEA desempenha um papel-chave na promoção da não-proliferação
das armas nucleares, do desarmamento nuclear progressivo, e do uso da tecnologia nuclear
para fins pacíficos e seguros, para um desenvolvimento respeitoso do ambiente."
Dom
Celestino Migliore destacou ainda que, "especialmente neste momento tenso das relações
internacionais, o mundo precisa poder confiar na atuação da AIEA, para estar seguro
de que nenhum Estado aderente ao Tratado de não-proliferação nuclear esteja abusando
de seu legítimo direito de desenvolver energia nuclear para usos pacíficos, ou seja,
produzindo armas nucleares.
"Todos os instrumentos da diplomacia devem ser
usadas _ precisou o arcebispo _ para desativar as crises resultantes das tentativas,
por parte de alguns países, de adquirir armas nucleares, e para dissuadir outros a
não empreenderem uma estrada tão perigosa."
"A beligerância, por parte de qualquer
país, conseguiria apenas piorar a delicada situação já existente, e poderia, inadvertidamente,
levar a uma conflagração, com grande sofrimento adicional para uma humanidade já sobrecarregada
pelos desastres da guerra" _ concluiu Dom Migliore. (MT/AF)