FURTO DE OBJETOS SACROS NA AMÉRICA LATINA EMPOBRECE PATRIMÔMIO CULTURAL DO SUBCONTINENTE
Lima, 18 out (RV) - As obras de arte religiosas e as peças arqueológicas da
América Latina estão entre as mais cobiçadas pelos traficantes que, em seu afã de
riqueza, provocam a deterioração do patrimônio cultural e artístico da região.
Argentina,
Peru, México e Brasil se somam às nações que viram reduzida sua riqueza cultural,
devido a esse tipo de "ações predatórias".
Centenas de obras do patrimônio
do Brasil foram roubadas de igrejas, segundo a Polícia Federal, onde também se registram
furtos de livros, gravuras, pinturas e objetos antigos, que são subtraídos de museus
e bibliotecas. O principal alvo desses criminosos são as obras sacras e barrocas da
época colonial portuguesa, que são mantidas em igrejas desprotegidas, de cidades históricas.
Um
dos casos mais célebres é o da cidade inca de Machu Picchu, descoberta pelo explorador
norte-americano, Hiram Bingham que, em 1912, levou do Peru, cinco mil peças que, até
agora, permanecem na Universidade de Yale, que somente há poucas semanas, admitiu
que as obras pertencem ao Estado peruano.
Na Colômbia, por exemplo, um dos
furtos mais recentes foi o de cinco quadros religiosos pintados nos séculos XVII e
XVIII, furtados em janeiro de 2006, da Igreja de São João de Deus, do centro de Bogotá,
com a cumplicidade do vigia, e recuperados três meses depois, antes de serem enviados
à Europa.
A principal razão desses roubos pode ser atribuída à falta de condições
de segurança nos locais onde os objetos patrimoniais estão conservados. (BF/AF)