BENTO XVI RECEBE EM AUDIÊNCIA A PRESIDENTE DO CHILE, MICHELLE BACHELET
Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O Santo Padre iniciou seus trabalhos desta
quinta-feira, recebendo em audiência, no Vaticano, a presidente do Chile, Michelle
Bachelet. O encontro durou cerca de 40 minutos.
De fato, o encontro entre Bento
XVI e Michelle Bachelet realizou-se num clima de amizade. A presidente do Chile encontrou-se,
a seguir, com o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, acompanhado do secretário
das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti.
"Os cordiais colóquios
_ refere um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé _ permitiram uma troca de informações
sobre a situação sociopolítica do país e sobre seu papel na América Latina. Foram
abordados temas de interesse comum, como a vida humana e a família, a educação, os
direitos humanos, a justiça e a paz e outras questões relevantes, da agenda internacional.
Foi também reiterada _ conclui o comunicado _ a contribuição positiva dada pela Igreja
Católica à sociedade chilena, especialmente nos âmbitos social e educacional."
Michelle
Bachelet, de 56 anos de idade e socialista, é a primeira mulher chilena a ocupar o
mais alto cargo da nação. Durante o regime de Pinochet, foi detida e torturada junto
com sua mãe e seu pai. Este último morreu nos cárceres de Santiago do Chile.
A
presidente chilena, médica pediatra, retornou ao Chile após um período no exílio.
Com o retorno do regime democrático ao país, ocupou os cargos de ministra da Saúde
e da Defesa. No dia 15 de janeiro do ano passado, foi eleita presidente.
No
final da audiência, a presidente chilena expressou sua satisfação pelo encontro com
o papa, a quem reiterou seus votos de que a Igreja e o governo chileno possam colaborar
pelo bem do povo do Chile.
Entrevistada pela Rádio Vaticano logo após o encontro
com o Santo Padre, eis o que nos disse a presidente Bachelet:
Michelle Bachelet:-
"Para mim, é um grande privilégio ter vindo hoje, em visita, para essa audiência com
o papa, como presidente do Chile; ter tido a possibilidade de falar-lhe sobre aquilo
que queremos fazer e aquilo que estamos fazendo no Chile. Agradeço pela obra que a
Igreja Católica levou avante em meu país, nos momentos difíceis e duros, e também
na era da democracia. Conversamos bastante e profundamente sobre temas muito importantes
para a Igreja e para meu governo: sobre como queremos que cresça o país, que seja
moderno, mas que possa, porém, afrontar os dilemas da modernidade, da desagregação
familiar, das famílias com um só genitor, e como essa situação deixa comumente as
crianças abandonadas, levando-as à droga e à violência. Nesse campo, espero, realmente,
poder trabalhar junto com a Igreja, com as forças sociais e sindicais e a sociedade
civil, para reforçar nossa família e para construir um país melhor, economicamente,
mas também mais humano e cheio de valores." (RL)