Papa defende direito à alimentação em Mensagem a propósito do Dia Mundial da Alimentação
Em Mensagem ao director-geral da FAO, Jacques Diouf, no Dia Mundial da Alimentação,
Bento XVI defende o direito de todos os seres humanos à alimentação, deplorando que
os esforços empreendidos em todo o mundo não tenham permitido diminuir "significativamente"
o número de pessoas atingidas pela fome. A mensagem faz uma referência especial à
situação das crianças, "primeiras vítimas desta tragédia que sofrem pela falta de
desenvolvimento físico e psíquico". A propósito deste Dia Mundial da Alimentação,
que tem este ano como tema "O direito à alimentação", a mensagem papal assinala que
esta questão tem uma "repercussão imediata na dimensão individual e comunitária dos
seres humanos". Bento XVI liga o drama da fome ao respeito pelos Direitos Humanos,
frisando que os dados disponíveis mostram que a falta de alimentos não está ligada
apenas a causas naturais, "mas sobretudo a comportamentos humanos e a uma deterioração
geral de tipo social, económica e humana". Segundo o Papa, "é necessária uma
consciência de solidariedade que considere a alimentação como um direito universal,
sem distinções nem discriminações". A FAO - Organização para a Agricultura e
a Alimentação da ONU -indica que mais de 850 milhões de pessoas em todo o mundo não
têm o que comer, estando-se portanto muito longe do objectivo das Nações Unidas de
reduzir para metade e até 2015 o número de pessoas afectadas por este problema. Mais
de 150 países vão assinalar esta jornada, organizando eventos especiais, conferências,
concursos, iniciativas desportivas e uma vigília, à luz das velas, sobre o "direito
à alimentação". A mensagem de Bento XVI refere a urgência de eliminar a fome
e garantir uma alimentação sã e eficiente, combinando os avanços da tecnologia com
"os ciclos e o ritmo da natureza” conhecidos pelas pessoas das zonas rurais, protegendo
ao mesmo tempo os usos tradicionais das comunidades indígenas e ponde de lado razões
egoístas e exclusivamente económicas.