Nova York, 15 out (RV) - O relator especial das NN.UU. sobre o direito à alimentação,
Jean Ziegler, manifestou sua preocupação, num informe apresentado à Assembléia Geral
da ONU, com os níveis mundiais da fome. No documento, ele alerta que, ao contrário
do que a ONU havia projetado em suas Metas do Milênio, em vez de cair, a proporção
de pessoas que passam fome, aumenta a cada ano.
Atualmente, 854 milhões de
pessoas sofrem com a fome em todo o Planeta: mais de seis milhões de crianças com
menos de 5 anos morrem de fome, anualmente, ou de causas relacionadas a ela. E milhares
de outras vivem sem alimentação suficiente, o que prejudica seu crescimento físico
e seu desenvolvimento intelectual.
Uma pesquisa realizada em nosso país, pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, revelou que,
aproximadamente 14 milhões de brasileiros convivem com a fome e mais de 72 milhões
estão em situação de insegurança alimentar.
O compromisso assumido pelos governos,
em 1996, na primeira Cúpula Mundial sobre a Alimentação e, em 2000, na Cúpula do Milênio,
era reduzir à metade, até 2015, o contingente de pessoas que sofrem as agruras da
fome no mundo. Mas, desde o ano passado, os gráficos feitos para acompanhar a situação
demonstram uma curva ascendente.
Para Jean Ziegler, essa realidade "é inaceitável,
pois os seres humanos têm direito de viver dignamente, sem sofrer a fome". "O direito
a uma alimentação adequada é um direito humano" _ sublinhou ele.
Apesar de
os números gerais sobre a fome terem piorado, o relatório de Jean Ziegler, indica
aspectos positivos na América Latina e Caribe, no combate ao problema. Ele mencionou
os programas governamentais voltados a combater a fome, que estão sendo colocados
em prática em diversos países. (GA/AF)