2007-10-14 11:01:52

Fátima continua a ser farol de esperança e apelo à conversão: card. T. Bertone na missa de domingo 14, na igrega da SS. Trindade


Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Amados irmãos e irmãs!

Com esta solene celebração chega ao fim a missão que o Santo Padre me confiou de O representar aqui em Fátima por ocasião do 90.º aniversário das aparições da Virgem Maria aos três Pastorinhos, na Cova da Iria. Ontem, como aliás aquele 13 de Outubro de 1917 , era sábado. Hoje reunimo-nos de novo aqui – nesta primorosa igreja que, há dois dias, tive a alegria de dedicar à Santíssima Trindade – para celebrar a Eucaristia no Dia do Senhor, a páscoa da semana. Ouvimos há pouco estas palavras do apóstolo Paulo: «Lembra-te de Jesus Cristo, que ressuscitou dos mortos» (2 Tim 2, 8). Tal é o apelo que não cessa de nos fazer o domingo, cada domingo; e nós damos graças a Deus por nos ter dado a possibilidade de o escutar novamente hoje aqui, em Fátima, lugar escolhido por Nossa Senhora para oferecer, através dos três Pastorinhos, uma mensagem maternal à Igreja e ao mundo inteiro.
Desejo manifestar a minha gratidão ao Bispo de Leiria-Fátima e seus colaboradores pelo acolhimento que me reservaram como Legado Pontifício. Com alegria pude constatar, mais uma vez, a profunda veneração pelo Sucessor de Pedro que se respira em Portugal, e de modo particular nesta terra abençoada. Saúdo os Bispos, os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, as autoridades e todos os peregrinos presentes. Saúdo os fiéis que, através das transmissões televisivas, estão unidos connosco em Portugal, na Itália e noutras partes do mundo. Uma saudação especial aos paroquianos de Fátima e das outras três paróquias confinantes com o Santuário. A todos e cada um transmito com alegria a saudação e a bênção de Sua Santidade o Papa Bento XVI [dezasseis], cuja voz nos vai chegar de Roma, ouvindo o Angelus mesmo no fim desta Santa Missa.
Amados irmãos e irmãs, procuremos agora compreender a Palavra de Deus, que acabou de ser proclamada. O Evangelho fala do encontro de dez leprosos com Jesus. Ficam curados por Ele, mas apenas um – um samaritano – volta atrás para Lhe agradecer; e é a este estrangeiro agradecido que Jesus diz: «Foi a tua fé que te salvou» (Lc 17, 19). Deste modo, os dez viram-se «curados» da sua doença, mas só um foi «salvo»: aquele que, movido pela sua fé, deu glória a Deus e agradeceu a Jesus. São Lucas põe em relevo o facto de o leproso salvo ser um estrangeiro. Como estrangeiro era também Naamã, comandante do exército dos Arameus mas ferido de lepra, de que nos fala a primeira Leitura. Naamã ficou curado quando, obedecendo à palavra do profeta Eliseu, foi lavar-se nas águas do rio Jordão. A Palavra de Deus põe em evidência, como cantámos no refrão do Salmo Responsorial, que «a salvação do Senhor é para todos os povos». O destino universal da salvação e a fidelidade a Israel, que à primeira vista podem parecer em contradição, são na realidade dois aspectos inseparáveis e recíprocos do mesmo mistério salvífico: é precisamente a intensidade e a solidez do amor de Deus pelo povo por Ele escolhido que torna este amor uma «bênção» para todos os povos (cf. Gen 12, 3). A manifestação mais alta disto mesmo está na cruz de Cristo, o máximo sinal da sua dedicação às ovelhas perdidas da Casa de Israel e, simultaneamente, da redenção da humanidade inteira.

La Parola di Dio, che oggi nella liturgia risuona in tutto il mondo, acquista un significato tutto particolare per noi che l’ascoltiamo in questo luogo benedetto, segnato 90 anni or sono dalla particolare presenza di Maria. Tutto qui continua ad essere illuminato da questa presenza spirituale, la quale ci offre anche una prospettiva di lettura del messaggio delle Scritture, che possiamo sintetizzare così: Maria è stata preservata dalla lebbra del peccato, ha vissuto in perenne rendimento di grazie a Dio ed è diventata icona della salvezza; “piena di grazia”, Ella è segno della fedeltà di Dio alle sue promesse, immagine e modello della Chiesa, nuovo Israele aperto a tutte le genti; Maria ha partecipato pienamente al mistero pasquale del Figlio: è morta con Lui e vive con Lui, con Lui ha perseverato e con Lui regna per sempre (cfr 2 Tm 2,11-12).
La bella Signora si presenta ai Pastorelli sfolgorante di luce; ma nelle sue parole e talvolta anche sul suo volto, velato a tratti di tristezza, è costante il riferimento alla realtà del peccato; mostra ai bambini il suo Cuore Immacolato coronato di spine, e spiega che c’è bisogno della loro preghiera e del loro sacrificio per riparare ai tanti mali che offendono Dio, per far cessare la guerra e ottenere al mondo la pace. Il linguaggio di Maria è semplice, adatto ai bambini, ma tutt’altro che addolcito o fiabesco; anzi, in termini assai realistici lei li introduce nel dramma della vita; domanda la loro collaborazione e, trovando Giacinta, Francesco e Lucia pieni di generosa disponibilità, rivela: “Allora, dovrete soffrire molto, ma la grazia di Dio sarà il vostro conforto” (Prima apparizione, 13 maggio 1917). La Vergine sceglie bambini innocenti come suoi collaboratori privilegiati per combattere, con le armi della preghiera e della penitenza, del sacrificio e della sofferenza, la terribile lebbra del peccato che corrompe l’umanità. Perché lo fa? Non è forse perché questo risponde al metodo di Dio, il quale “ha scelto ciò che nel mondo è debole per confondere i forti … ciò che è nulla per ridurre a nulla le cose che sono”? (1 Cor 1,27.28). Il pensiero va all’esempio di tanti fanciulli che hanno affrontato, e continuano ancor oggi ad affrontare, la sofferenza e la malattia con serenità, dando essi conforto ai genitori e ai parenti in momenti di così grande prova. Tra queste stupende figure di piccoli apostoli di Cristo mi piace ricordare quella straordinaria di Silvio Dissegna, un ragazzo piemontese, morto di cancro a 12 anni, del quale è stata già introdotta la causa di beatificazione.
Completados noventa anos das aparições, Fátima continua a ser um farol de consoladora esperança, mas também um forte apelo à conversão. A luz que Maria fez resplandecer aos olhos dos Pastorinhos e se manifestou a tanta gente no milagre do sol em 13 de Outubro, indica que a graça de Deus é mais forte do que o pecado e a morte. Maria, porém, pede a todos conversão e penitência; quer corações simples que aceitem generosamente rezar e sofrer em reparação dos pecados, pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Maria conta com a resposta de todos os seus filhos! Amados irmãos e irmãs, acolhamos o seu convite e permaneçamos fiéis à nossa vocação cristã. Ofereçamos todos os dias fervorosas orações – especialmente o santo Terço – e as nossas tribulações de cada dia, em reparação dos pecados e pela paz no mundo. Consideremo-nos a nós mesmos seus filhos pequenos e humildes, desejosos de viver para louvor e glória da Santíssima Trindade, a Quem em boa hora quiseram dedicar esta igreja. Amen!
/FINE








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