Inserir na herança do passado as novidades válidas do presente: propõe o Papa, falando
da música sacra
“O canto sacro, unido às palavras, é parte necessária e integrante da liturgia solene”
– recordou Bento XVI, na visita que realizou neste sábado de manhã, em Roma, ao Pontifício
Instituto de Música Sacra, criado em 1911 pelo Santo Pontífice Pio X. O Papa recordou
como ao longo destes quase cem anos de existência, “numerosos estudantes, vindos de
todas as partes do mundo, puderam assim receber uma formação nas disciplinas da música
sacra, tornando-se por sua vez formadores nas respectivas Igrejas locais”. Bento
XVI quis recordar o que o Concílio Vaticano II dispõe relativamente à música sacra:
“Em continuidade com uma secular tradição, o Concílio afirma que ela constitui
um tesouro de inestimável valor que excede todas as outras expressões da arte, especialmente
porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária
e integrante da Liturgia solene. Quanto é rica a tradição bíblica e patrística ao
sublinhar a eficácia do canto e da música sacra para tocar os corações e os elevando-os
(fazendo-os) penetrar, por assim dizer, na própria intimidade da vida de Deus!” “Bem
consciente disto (prosseguiu o Papa) João Paulo II observava que, hoje como sempre,
são três as características que distinguem a música sacra litúrgica: a santidade,
a verdadeira arte, a universalidade, isto é a possibilidade de ser proposta
a todo e qualquer povo ou tipo de assembleia”. “É precisamente por isso que a
autoridade eclesiástica se deve empenhar em orientar sapientemente o desenvolvimento
de um tão exigente género de música, não congelando o seu tesouro, mas procurando
inserir na herança do passado as novidades válidas do presente, para chegar a uma
síntese digna da alta missão que lhe está reservada no serviço divino”