IGREJA BOLIVIANA DENUNCIA TRÁFICO DE SERES HUMANOS NA FRONTEIRA COM O PERU
La Paz, 12 out (RV) - Camponeses e indígenas bolivianos alugam seus filhos
por poucos dólares, para que trabalhem nas cidades do país ou em nações vizinhas.
Algumas dessas crianças são até mesmo exploradas sexualmente. Essa foi a denúncia
feita ontem, pela Pastoral da Mobilidade Humana da Igreja Católica na Bolívia.
A
pastoral se referiu aos casos denunciados na localidade de Desaguadero, na fronteira
com o Peru, mas também foram verificados casos semelhantes na fronteira com a Bolívia
e a Argentina.
A Pastoral disse que os "negociantes" na fronteira com o Peru
se aproveitam da pobreza das famílias camponesas "para recrutar as crianças" em Desaguadero,
e acrescentou que os agricultores nem sempre estão conscientes de que seus filhos
acabam sendo explorados.
Segundo a Pastoral da Mobilidade Humana, não se descarta
que, nessa mesma localidade, crianças peruanas também sejam vítimas do tráfico.
O
chefe do Departamento de Combate ao Tráfico de Seres Humanos, da polícia de La Paz,
major Adolfo Cárdenas, visitou a localidade, esta manhã, para averiguar as denúncias.
O jornal "La Prensa" revelou que algumas famílias "vendem" seus filhos por
350 bolivianos (45 dólares) ou os alugam por um mês, por 50 soles peruanos (16,6 dólares).
(BF/AF)