BENTO XVI: TODAS AS RELIGIÕES SE COMPROMETAM POR UMA PAZ FUNDAMENTADA NA VERDADE,
NO AMOR, NA JUSTIÇA E NA LIBERDADE
Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - Um diálogo construtivo e um estudo sério
sobre aspectos teóricos e operacionais, éticos e jurídicos do delicado tema da defesa
da dignidade humana durante os conflitos armados: essa é a finalidade do II Curso
internacional de formação dos capelães militares católicos ao direito humanitário.
Com forte conotação ecumênica e inter-religiosa, o curso _ iniciado nesta sexta-feira,
em Roma _ está sendo promovido pela Congregação para os Bispos e pelos Pontifícios
Conselhos da Justiça e da Paz, para o diálogo Inter-religioso, e para a Promoção da
Unidade dos Cristãos.
No início dos trabalhos, que se concluirão amanhã, sábado,
foi lido o telegrama do papa assinado pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio
Bertone: Bento XVI faz votos de que o curso "suscite nos membros das diversas religiões
um compromisso comum na promoção do valor fundamental da paz, baseada na verdade,
no amor, na justiça e na liberdade, em vista de uma humanidade reconciliada e solidária".
O
Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos _ organismo do
qual dependem os Ordinariatos Militares no mundo _ evidenciou o dúplice contrastante
fenômeno hoje _ de um lado _ do crescido sentido da dignidade de toda pessoa humana,
e _ de outro _ da enorme capacidade de destruição provocada pelas violências e pelas
guerras atuais.
Segundo o purpurado, "a Igreja, porta-voz de valores humanos,
morais e espirituais _ sem os quais é impossível edificar uma digna e verdadeira sociedade
de homens, que seja uma família de famílias _ deve estar na linha de frente ao apoiar
uma reta aplicação do direito humanitário, em toda circunstância".
Por sua
vez, o presidente de Justiça e Paz, Cardeal Renato Raffaele Martino, com referência
específica ao tema do Curso: "Dignidade humana e direito humanitário: o papel das
religiões", ressaltou que "também no mundo contemporâneo _ onde fenômenos como o terrorismo
internacional parecem colocar em discussão o valor da vida humana e onde muitas vezes
as religiões são consideradas um fator de conflito _ as próprias religiões são chamadas
a cooperar para a afirmação da dignidade humana, e a projetar o direito humanitário
num horizonte amplo que vá além da simples necessidade política ou militar". (RL)