2007-10-11 16:53:04

Urge investir mais no campo da saúde: interpelação do representante da Santa Sé, na ONU


O observador permanente da Santa Sé na ONU em Nova York, D. Celestino Migliore, interveio terça-feira, dia 9, perante a 62ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Falando sobre a actuação das Conclusões da Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Social, o arcebispo fez um apelo "para que os governos e as nações preservem a vida, em todas as fases e por todo a parte, no mundo".
Depois de ter sublinhado que cerca de 10 milhões de crianças morrem, a cada ano, por causas que poderiam ser prevenidas com adequadas medidas sanitárias, o prelado advertiu que "a comunidade global parece ter perdido o sentido da necessidade de assegurar o direito a um serviço médico básico para todos".
"Embora os estudos mostrem que a prevenção médica simples é, frequentemente, uma das maneiras mais eficazes e bem sucedidas de melhorar a saúde pública e dar estabilidade à sociedade (argumentou Dom Celestino Migliore) essa atenção básica é geralmente negligenciada."
Salientando a necessidade de "concentrar-se nos Objectivos do Milénio, para incrementar uma melhor política da saúde”, o Observador permanente da Santa Sé denunciou ainda, que "as despesas militares superam os três biliões de dólares por ano, e que se empregam talento e recursos para o desenvolvimento de tecnologias que destroem vidas e o nosso Planeta". Para impedir que essa situação se agrave, os Estados-membros da ONU devem "renovar seu compromisso em favor da preservação da vida, em todos os estágios e em cada canto do mundo".
Apesar de reconhecer que alguns países estão trabalhando com afinco, para alcançar as Metas do Milénio, o arcebispo exortou a dar "mais atenção aos Estados que ainda têm dificuldades em actuar as medidas que visam o alcance de tais metas, a fim de incentivar o investimento público e privado, e criar um clima económico e social favorável à paz e à segurança".
As Nações Unidas vêem-se cada vez mais solicitadas a responder a múltiplos desafios, em todo o mundo. Para responder a tais solicitações (ponderou D. Celestino Migliore), a ONU deve "continuar a trabalhar, para promover parcerias com a sociedade civil", capazes de "criar uma resposta humanitária previsível e reactiva". "Os Estados-membros desempenham um papel fundamental diante das crises humanitárias - sublinhou o observador do Vaticano."
Concluindo, Dom Celestino Migliore lamentou que as questões relativas à liberdade religiosa venham à tona somente quando se elevam as tensões e eclodem os conflitos, e manifestou seu desejo de que sejam promovidos programas capazes de incentivar o diálogo inter-religioso, a fim de que sejam estabelecidas as condições de uma paz sustentável.









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