SANTA SÉ DEFENDE ESFORÇOS DE PAZ ENTRE AS DUAS CORÉIAS E O DESARMAMENTO NUCLEAR
Cidade do Vaticano, 11 out (RV) - Bento XVI iniciou suas atividades desta quinta-feira,
recebendo em audiência, no Vaticano, o novo embaixador da Coréia do Sul junto à Santa
Sé, Ji-Young Francesco Kim, para a entrega de suas credenciais.
A paz entre
as duas Coréias, o desarmamento nuclear, a pesquisa sobre células-tronco e, ainda,
a liberdade de ensinamento e a centralidade da verdade no atual mundo pluralista foram
os pontos fortes do discurso do papa ao diplomata coreano.
Em sua saudação
ao pontífice, o embaixador agradeceu ao papa por seu compromisso pela paz entre as
Coréias e fez votos por uma visita do Santo Padre a terras coreanas.
A Santa
Sé "defende toda iniciativa voltada a uma sincera e duradoura reconciliação" na península
coreana, a fim de que se ponha fim às hostilidades e aos contrastes irresolutos. Foi
o que ressaltou Bento XVI, encorajando os esforços da comunidade internacional, na
promoção da paz entre as Coréias e na região.
Depois de ter ressaltado que
o verdadeiro progresso se constrói "na honestidade e na confiança", o papa exortou
o povo coreano a comprometer-se num "diálogo aberto e frutuoso", trabalhando para
"aliviar a dor daqueles que sofrem pelas feridas" provocadas pela separação.
Todo
Estado _ disse ainda o Santo Padre _ "é chamado a assegurar um mundo mais estável
e seguro". Daí a esperança do papa de que a participação de diversas nações nas negociações
de paz entre as Coréias leve também "ao fim dos programas voltados ao desenvolvimento
e produção" de armas de destruição em massa.
A seguir, o Santo Padre dirigiu
seu pensamento à pesquisa sobre células-tronco, em razão dos progressos alcançados
pela Coréia no campo da biotecnologia. Essas aplicações _ advertiu _ devem sempre
respeitar a dignidade da vida humana. "Em nenhuma circunstância _ foi sua primeira
observação _ um ser humano pode ser manipulado ou tratado como mero instrumento de
experimentação."
A destruição de embriões humanos _ reiterou o pontífice _
"para a aquisição de células-tronco ou para outras finalidades" contradiz a intenção
de pesquisadores e legisladores, isto é, a promoção do bem do homem.
"A Igreja
_ acrescentou _ não hesita em aprovar e encorajar a pesquisa sobre as células-tronco
somáticas." E o faz por dois motivos: por um lado, pelos bons resultados obtidos mediante
essa metodologia; e por outro, porque está em harmonia com "o respeito pela vida do
ser humano em todo estágio de sua existência."
Bento XVI recordou que os coreanos
rejeitaram as práticas de clonagem humana. Uma rejeição _ foram seus votos _ que poderá
ajudar a comunidade internacional a considerar com atenção, as "profundas implicações
éticas e sociais da pesquisa científica e de suas aplicações".
O Santo Padre
ressaltou o extraordinário crescimento da Igreja Católica na Coréia, devido ao heróico
exemplo de homens e mulheres que deram a vida por Cristo e pelos próprios irmãos.
O sacrifício deles _ afirmou _ "nos recorda a urgência de perseverar na fidelidade
à verdade".
Infelizmente _ enfatizou _ no mundo pluralista de hoje, alguns
chegam até mesmo a negar a importância da verdade. No entanto, "a verdade permanece
a única base para a coesão social". A verdade _ prosseguiu _ "não depende do consenso,
mas o precede e o torna possível, gerando uma autêntica solidariedade humana".
Considerando
o poder da verdade para unir os povos e sempre atenta ao desejo da coexistência pacífica
_ precisou o papa _ a Igreja se esforça por intensificar a harmonia social, tanto
na vida eclesial quanto na vida cívica.
Além disso _ sublinhou _ a Igreja não
se cansa de proclamar a verdade sobre a pessoa humana "como conhecida pela razão natural
e plenamente manifestada mediante a revelação divina".
Na conclusão de seu
discurso ao diplomata coreano, Bento XVI se deteve sobre a liberdade do ensino: Os
governos _ ressaltou _ devem garantir aos pais, a oportunidade de enviarem seus filhos
a estudar nas escolas católicas "facilitando a realização e o financiamento de tais
instituições". (RL/AF)