Apoiar todas as iniciativas que favoreçam um reconciliação sincera e duradoura na
península coreana: o Papa ao novo Embaixador coreano
A Santa Sé “apoia todas as iniciativas visando uma reconciliação sincera e duradoura”
na península coreana, para que se ponha termo às hostilidades e aos contrastes ainda
em aberto: assegurou Bento XVI, recebendo nesta quinta-feira de manhã no Vaticano
o novo Embaixador da Coreia junto da Santa Sé. O Papa encorajou os esforços da comunidade
internacional para promover a paz entre as Coreia e na região. Sublinhando que o autêntico
progresso se constrói “sobre a honestidade e a confiança”, Bento XVI exortou o povo
coreano a empenhar-se num “diálogo aberto e frutuoso”, trabalhando para “aliviar o
sofrimento de quantos sofrem pelas feridas” devidas à separação. Todos os Estados
“estão chamados a assegurar um mundo mais estável e seguro”. O Papa exprimiu a esperança
de que a participação de diversas nações nas negociações de paz entre as Coreias possa
levar também “à cessação dos programas visando o desenvolvimento e a produção” de
armas de destruição de massa.
Tendo em conta os progressos obtidos pela Coreia
no campo da biotecnologia, o Papa referiu-se também expressamente à investigação sobre
as células estaminais, advertindo que estas aplicações devem sempre respeitar a dignidade
da vida humana. “Em nenhuma circunstância – recordou – se deve manipular um ser humano,
ou tratá-lo como mero instrumento de experimentação”. A destruição de embriões humanos
para a aquisição de células estaminais ou para outras finalidades – prosseguiu – contradiz
a intenção de investigadores e legisladores, isto é, a promoção do bem do homem. “A
Igreja não hesita em aprovar e encorajar a pesquisa sobre as células estaminais somáticas”.
E isso por dois motivos: por um lado, pelos bons resultados obtidos através destas
metodologias; por outro lado, porque estão em harmonia com “o respeito da vida do
ser humano em cada estádio da sua existência”. O Papa recordou que os coreanos têm
recusado as práticas de clonação humana. Uma recusa – foram estes os seus votos –
que poderá ajudar a comunidade internacional a considerar com atenção as “profundas
implicações éticas e sociais da investigação científica e das suas aplicações”.
Bento
XVI não deixou de sublinhar o extraordinário crescimento da Igreja Católica na Correia,
devido também ao heróico exemplo de homens e mulheres que deram a vida por Cristo
e pelos irmãos. O seu sacrifício recorda-nos a urgência de perseverar na fidelidade
à verdade - sublinhou. Infelizmente, no mundo pluralista de hoje, alguns chegam até
mesmo a negar a importância da verdade. E contudo, “a verdade permanece a única base
segura para a coesão social”. A verdade “não depende do consenso, mas precede-o e
torna-o possível, gerando uma autêntica solidariedade humana”.
Considerando
o poder da verdade para unir os povos e sempre atenta ao desejo da coexistência pacífica
– declarou o Papa – a Igreja empenha-se em reforçar a harmonia social tanto na vida
eclesial como na vida cívica. Mais ainda: a Igreja não se cansa de proclamar a verdade
sobre a pessoa humana “como conhecida através da razão natural e plenamente manifestada
através da revelação divina”.