OBSERVADOR DA SANTA SÉ NA ONU EXORTA ESTADOS À ATUAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS NA ÁREA
DA SAÚDE
Nova York, 10 out (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU em Nova
York, Dom Celestino Migliore, fez um pronunciamento, nesta terça-feira, dia 9, perante
a 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas.
Falando sobre a atuação das Conclusões
da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Social, o arcebispo fez um apelo "para que
os governos e as nações preservem a vida, em todos os estágios e em todos os quadrantes
do mundo".
Depois de ter sublinhado que cerca de 10 milhões de crianças morrem,
a cada ano, por causas que poderiam ser prevenidas com adequadas medidas sanitárias,
o prelado advertiu que "a comunidade global parece ter perdido o sentido da necessidade
de assegurar o direito a um serviço médico básico para todos".
"Embora os estudos
mostrem que a prevenção médica simples é, freqüentemente, uma das maneiras mais eficazes
e bem sucedidas de melhorar a saúde pública e dar estabilidade à sociedade _ argumentou
Dom Celestino Migliore _ essa atenção básica é, geralmente, negligenciada."
Salientando
a necessidade de "concentrar-se nas Metas do Milênio, para que haja uma melhor política
da saúde, o observador permanente da Santa Sé denunciou ainda, que "as despesas militares
superam o trilhão de dólares por ano, e que se empregam talento e recursos para o
desenvolvimento de tecnologias que destroem vidas e o nosso Planeta".
Para
impedir que essa situação se agrave _ disse Dom Migliore _ os Estados-membros da ONU
devem "renovar seu compromisso em favor da preservação da vida, em todos os estágios
e em cada canto do mundo".
Apesar de reconhecer que alguns países estão trabalhando
com afinco, para alcançar as Metas do Milênio, o arcebispo exortou a dar "mais atenção
aos Estados que ainda têm dificuldades em atuar as medidas que visam o alcance de
tais metas, a fim de incentivar o investimento público e privado, e criar um clima
econômico e social favorável à paz e à segurança".
As Nações Unidas se vêem
sempre mais solicitadas a responder a múltiplos desafios, em todo o mundo. Para responder
a tais solicitações _ ponderou Dom Migliore _ a ONU deve "continuar a trabalhar, para
promover parcerias com a sociedade civil", capazes de "criar uma resposta humanitária
previsível e reativa". "Os Estados-membros desempenham um papel fundamental diante
das crises humanitárias _ sublinhou o observador vaticano."
Concluindo seu
pronunciamento, Dom Celestino Migliore lamentou que as questões relativas à liberdade
religiosa venham à tona somente quando se elevam as tensões e eclodem os conflitos,
e manifestou seu desejo de que sejam promovidos programas capazes de incentivar o
diálogo inter-religioso, a fim de que sejam estabelecidas as condições de uma paz
sustentável. (AF)