PRESIDENTE DO CONGRESSO JUDAICO MUNDIAL PREOCUPADO COM ANTI-SEMITISMO IRANIANO
Cidade do Vaticano, 09 out (RV) - Ao ser recebido ontem por Bento XVI, no Vaticano,
o novo presidente do Congresso Judaico Mundial (CJM), Ron Lauder, manifestou sua preocupação
com o anti-semitismo do Irã e da emissora católica polonesa Rádio Maria. Segundo
Maram Stern, vice-secretário geral da organização, no encontro, seja o papa, seja
Lauder, manifestaram preocupação com a questão iraniana. O presidente do Irã, Mahmud
Ahmadinejad, já colocou em dúvida várias vezes o alcance do Holocausto e disse que
Israel deve ser ‘varrido do mapa’. “Conversamos também sobre o anti-semitismo e
o Santo Padre concordou que as igrejas devem ser mais sensíveis ao fenômeno”, explicou
Stern. O presidente do Congresso Judaico Mundial convidou o papa a participar, durante
sua próxima visita aos Estados Unidos, de um evento conjunto para demonstrar a sólida
cooperação entre as religiões católica e judaica. Durante o encontro, também foram
abordadas as declarações anti-semitas do religioso ultra-conservador polonês Tadeusz
Rydzyk, diretor da Rádio Maria. Grupos judaicos e de defesa dos direitos humanos acusaram
Rydzyk de disseminar o anti-semitismo e de ingerência indevida em questões políticas. Neste
sentido, “Lauder pediu ao papa que tome medidas contra aqueles que dentro da Igreja
querem prejudicar as boas e estreitas relações entre cristãos e judeus”, afirma um
comunicado do CJM. No início deste mês, o cardeal Stanislaw Dziwisz, secretário
do papa João Paulo II durante décadas, acusou publicamente o padre Rydzyk de tentar
dividir a Igreja e manchar o legado do pontífice falecido. O sacerdote diretor
da Rádio Maria conta com o apoio do primeiro-ministro polonês, Jaroslaw Kaczynski,
e do irmão gêmeo dele, o presidente Lech Kaczynski. Os dois assumiram o poder nas
eleições de 2005, com o apoio de pe. Rydzyk. (CM)