CARDEAL BERTONE FALA DA EMPRESA COMO SERVIÇO E COOPERAÇÃO AO PROJETO DE DEUS
Turim, 07 out (RV) - "Percorrer, firmes nos valores, o caminho da transformação":
esse foi o tema do Congresso da UCID _ União Cristã de Empresários e Dirigentes _
que se concluiu neste domingo em Turim, noroeste da Itália. O evento, promovido por
ocasião do 60º aniversário de fundação da UCID, teve como momento principal, o pronunciamento
do cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
A atividade empresarial
é um serviço que, mesmo seguindo as leis do mercado, pretende conotar-se, em primeiro
lugar, como resposta ao "chamado" de Cristo, cooperando para a realização do projeto
de Deus no mundo.
O Cardeal Bertone partiu desse conceito para refletir sobre
o que significa ser empresário hoje. Daí, a consideração de que os sucessos da pesquisa
e os progressos da técnica devem ser considerados o fruto de uma profícua cooperação
entre Deus e o homem.
Por isso, a Igreja não pode calar-se diante de visões
massificadoras e redutivas do ser humano: o respeito pelos direitos inalienáveis do
homem que trabalha _ reiterou o purpurado _ é uma exigência que não deve ser esquecida,
particularmente em relação aos jovens.
Portanto, a comunidade cristã deve assumir
três compromissos: tomar consciência das conseqüências das transformações em andamento
na sociedade moderna; dar fôlego à obra educativa e formativa _ que desde sempre caracteriza
a Igreja italiana; e, por fim, dar ao voluntariado católico e às empresas sem fins
lucrativos, competências e profissionalismos competitivos no mercado.
O objetivo
final, acrescentou o Cardeal Bertone, é o de fazer crescer a ética da responsabilidade
e recuperar a moralidade social. O purpurado deteve-se, em seguida, sobre a figura
do Cardeal Giuseppe Siri, iniciador da UCID.
Evocando a missão evangelizadora
do mundo do trabalho, o secretário de Estado recordou que, para o Cardeal Siri, não
se podia ocupar-se de atividades empresariais sem criar uma consciência social sólida,
com plena iluminação cristã. Porque _ escrevia o purpurado _ "o homem não precisa
somente de pão": também são preciosas para ele a liberdade, a dignidade e a possibilidade
de agir e produzir em todos os níveis.
Ao término do congresso, os empresários
entregaram ao cardeal Bertone um "ato de compromisso", síntese dos objetivos comuns
que caracterizam a contribuição cotidiana deles à sociedade.
"O homem não deve
estar a serviço da economia _ disse o vice-presidente da União Cristã de Empresários
e Dirigentes, Giancarlo Abete _ mas a economia a serviço do homem." Porque, concluiu,
o papel do empresário é duplo: de um lado, criar lucro, mas de outro, ser responsável
em relação à comunidade que o circunda. (RL)