2007-10-05 20:49:45

IGREJA FAZ-SE PRÓXIMA AOS IMIGRADOS, NUM MUNDO QUE GLOBALIZA OS MERCADOS, MAS NÃO A JUSTIÇA


Cidade do Vaticano, 05 out (RV) - A Igreja acolhe os imigrados com as estruturas da sua solidariedade, defende seus direitos quando estes são desrespeitados, promove o diálogo ecumênico e inter-religioso convencida de que o conhecimento recíproco das tradições de fé aumenta o processo de integração de uma pessoa estrangeira. São algumas das afirmações feitas hoje pelo secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Arcebispo Agostino Marchetto, no âmbito do Congresso "Globalização e Religião: desafios para a política e a Igreja", em andamento, em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana.

O mundo globalizado trouxe "mudanças rápidas no campo político, econômico e social". Mas se isso comportou uma "vantagem para a humanidade", não eliminou, porém, os problemas relacionados à justiça e à solidariedade.

Dom Marchetto abriu a sua ampla reflexão na Gregoriana analisando o cenário mundial induzido pela globalização. "No que concerne os limites, no atual mercado mundial _ objetou o prelado _ estão se formando enormes sistemas econômicos, financeiros, tecnológicos e culturais, muitas vezes 'gigantes' aguerridos e invencíveis. Os grandes ricos do planeta possuem assim uma riqueza igual à da metade da população mundial."

E essas transformações _ prosseguiu Dom Marchetto _ se registram de modo análogo também no setor do estado social ou dos meios de comunicação. Todavia, o outro lado da medalha mostra uma realidade que dificilmente goza de bem-estar: os imigrantes.

Uma pessoa em cada 35 _ afirmou o secretário do referido organismo vaticano _ "vive fora de seu país de origem", por motivos de trabalho, estudo, ou para escapar de guerras, catástrofes ambientais, miséria. Essa situação é um desafio que os católicos acolheram há muito tempo, oferecendo "assistência pastoral, social e legal".

"O atual mundo globalizado _ observou Dom Marchetto _ leva a Igreja a afrontar também as ondas migratórias e as condições de vida às quais os imigrados estão sujeitos. Ela é chamada também a exercer a missão do 'Bom Samaritano'; a sua missão é a de socorrer os imigrados que têm dificuldade de sobrevivência e ajudá-los a ter um trabalho digno e um refúgio."

A Igreja _ insistiu _ faz-se próxima dos imigrados, refugiados, das vítimas do tráfico de vidas humanas, de todos aqueles que estão envolvidos no fenômeno da mobilização humana, e é chamada a entender os seus problemas, a apoiar as suas justas reivindicações", demolindo "preconceitos que limitam as pessoas e mostrando que a presença do outro" é uma "preciosa oportunidade" para "descobrir a beleza da fraternidade, na liberdade das relações respeitosas, acolhendo cordialmente o outro". (RL)







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