PAPA AO NOVO EMBAIXADOR ITALIANO: "IGREJA E ESTADO ESTÃO A SERVIÇO DA VOCAÇÃO PESSOAL
E SOCIAL DAS PESSOAS"
Cidade do Vaticano, 04 out (RV) - Bento XVI recebeu esta manhã, no Vaticano,
o novo Embaixador da Itália junto à Santa Sé, Antônio Zanardi Landi, para a apresentação
de suas cartas credenciais.
No discurso que entregou ao diplomata italiano,
Bento XVI recordou a feliz coincidência com a festa de São Francisco de Assis, Padroeiro
da Itália.
O Santo Padre agradeceu as cordiais saudações do presidente da República
italiano, Giorgio Napolitano, apresentadas por meio do novo diplomata, e aproveitou
para retribuí-las, enviando-lhe suas felicitações, extensivas a todo o povo italiano,
ao qual faz votos de continuar no caminho de um autêntico progresso.
Dessa
forma, disse o papa, a Itália, poderá oferecer à comunidade internacional sua preciosa
contribuição, promovendo os valores humanos e cristãos, que constituem um irrenunciável
patrimônio, que deram origem à sua cultura e à sua história civil e religiosa.
A
seguir, o papa recordou os íntimos vínculos que ligam a Santa Sé com o Estado italiano,
mas, de modo particular, a mútua cooperação e as inúmeras manifestações de apoio espiritual
e amizade entre o povo italiano e o Sumo Pontífice.
Por sua vez, a Igreja Católica
jamais cessará, afirmou o pontífice, de oferecer à sociedade civil sua contribuição
específica, iluminando todos os setores da atividade humana, mediante os meios conformes
ao Evangelho e em harmonia com o bem de todos, segundo a diversidade dos tempos e
das situações.
Assim sendo, realiza-se aquele princípio, enunciado pelo Concílio
Vaticano II, segundo o qual "a comunidade política e a Igreja são independentes e
autônomas, cada uma no próprio âmbito. Ambas, porém, estão a serviço da vocação pessoal
e social das pessoas".
Esse princípio, explicou o papa, funda as relações entre
a Santa Sé e o Estado italiano e reafirma a independência e a soberania do Estado
e da Igreja, como também a recíproca colaboração para a promoção do homem e do bem
de toda a comunidade nacional.
Nesse sentido, afirmou Bento XVI, a Igreja não
visa o poder, tampouco pretende privilégios ou aspira a posições de vantagem econômica
e social. O objetivo da Igreja é servir ao homem, inspirando-se, nas palavras e no
exemplo de Jesus, como norma suprema de conduta.
Por isso, reafirmou o pontífice,
a Igreja Católica espera ser considerada pela sua específica natureza e poder desempenhar,
livremente, sua peculiar missão pelo bem, não apenas de seus fiéis, mas de todos os
italianos.
Bento XVI concluiu seu discurso ao novo embaixador da Itália junto
à Santa Sé, desejando-lhe feliz êxito ao cumprir sua nobre missão, que lhe foi confiada
pelo presidente da República. O papa invocou a intercessão de São Francisco de Assis,
de Santa Catarina de Sena e, sobretudo, a materna proteção de Maria para a missão
do novo diplomata e para todo o povo italiano. (MT/BF)