2007-10-01 10:13:32

Mensagem aos muçulmanos pelo fim do Ramadão:apelos contra o terrorismo e a violência religiosa e a favor do diálogo -interreligioso


(1/10/2007) O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR) enviou uma mensagem aos muçulmanos de todo o mundo, por ocasião do final do Ramadão ('Id al-Fitr), convidando à cooperação em favor de "uma cultura de paz", recusando a violência religiosa e o terrorismo.
Para o Vaticano, é fundamental "denunciar e recusar qualquer recurso à violência, que não pode nunca ter motivações religiosas, porque fere no homem a imagem de Deus".
"Sabemos todos que a violência, sobretudo o terrorismo que atinge cegamente e faz numerosas vítimas entre os inocentes, é incapaz de resolver os conflitos e apenas pode suscitar a engrenagem mortífera do ódio destruidor, em detrimento do homem e da sociedade", pode ler-se.
O texto, assinado pelo novo presidente do CPDIR, Cardeal Jean-Louis Tauran, está disponível em árabe no site oficial do Vaticano e faz referência ao ano do calendário muçulmano (1428) que corresponde a 2007 depois de Cristo.
Sublinhando que vivemos "num período conturbado", o Vaticano convida os membros das várias religiões a trabalhar "em favor da paz, que passa pelo respeito das convicções pessoais e comunitárias de cada um, bem como pela liberdade de prática religiosa".
Esta é uma questão que preocupa muitos responsáveis católicos em todo o mundo, os quais exigem uma verdadeira "reciprocidade" que permita aos membros da Igreja em países muçulmanos gozar da mesma liberdade que os muçulmanos gozam nos países de tradição cristã.
"A liberdade de religião não se reduz à simples liberdade de culto, mas é, com efeito, um dos aspectos essenciais da liberdade de consciência", refere o CPDIR, classificando esta liberdade como "pedra angular dos direitos humanos".
"Ninguém pode ser excluído da comunidade nacional em função da sua raça, da sua religião nem de qualquer outra característica pessoal", alerta o documento.
Só respondendo a esta exigência, refere o Vaticano, "será possível edificar uma cultura da paz e da solidariedade entre os homens", na qual todos se possam comprometer na "construção de uma sociedade cada vez mais fraterna, fazendo todos os possíveis para recuar a violência".
O Cardeal Tauran convida a uma "intensificação" do diálogo entre cristãos e muçulmanos, chamados a serem "educadores da paz", mobilizando forças "ao serviço do homem e da humanidade".
"O diálogo é um instrumento que nos pode ajudar a sair da espiral sem fim dos conflitos e das tensões múltiplas que atravessam as nossas sociedades, para que todos os povos possam viver na serenidade e na paz, no respeito mútuo e no bom entendimento entre os seus vários componentes", indica.
Por fim, o CPDIR pede que os fiéis das duas religiões "trabalhem juntos, na estima mútua, tendo em vista a paz e um futuro melhor para todos os homens", desenvolvendo cada vez mais "relações amigas e construtivas para partilhar as suas riquezas específicas".








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