2007-09-27 18:39:55

TROPAS INVADEM MOSTEIROS E PRENDEM MONGES EM MIANMAR


Yangun, 27 set (RV) – Nesta quinta-feira _ nono dia de protestos contra a junta militar que governa Mianmar (a ex-Birmânia) _ forças de segurança invadiram, pelo menos seis mosteiros, e prenderam cerca de 200 monges. Segundo testemunhas, os soldados invadiram os mosteiros no meio da madrugada, quebrando janelas e espancando os monges que dormiam.

O Conselho de Segurança da ONU pediu calma à junta militar que governa o país. De acordo com o embaixador britânico em Mianmar, Mark Canning, a polícia e o exército aumentaram sua presença nas ruas de Yangum, a capital do país. As forças de segurança também ergueram barricadas com arame farpado, em torno do Pagode Shwedagon e da Prefeitura, onde os manifestantes vêm-se concentrando, nos últimos dias.

Um repórter japonês está entre as cerca de nove vítimas da repressão aos protestos dos últimos dias, contra os militares que governam o país.

Em Tamew, distrito do leste da capital birmanesa, as forças de segurança _ que até agora detiveram cerca de mil pessoas _ abriram fogo em duas frentes, contra milhares de manifestantes _ fato relatado por testemunhas. A ação repressiva ocorreu às 16h (hora local) quando dois destacamentos do exército bloquearam a passagem da manifestação e começaram a atirar contra a multidão.

Cerca de 70 mil manifestantes chegaram a se reunir, nesta quinta-feira, no centro de Yangun, gritando palavras de ordem contra o regime militar, como "venceremos!". No pagode de Sule, na "cidade antiga" de Yangun, outras centenas de pessoas sentaram-se no chão, apoiando _ com cantos e rezas _ um grupo de monges, até que as forças de segurança agiram, para dispersar os manifestantes, com tiros e bombas de fumaça.

A China pediu a "todas as partes" da crise em Mianmar, que se contenham, para evitar uma escalada da tensão, apesar de não ter condenado a repressão militar contra as manifestações pacíficas, e de instar a imprensa internacional "a não exagerar".

Líderes cristãos do Sudeste Asiático, entre eles o chefe da Igreja Anglicana de Mianmar, arcebispo Samuel San Si Htay, e o secretário-geral da Conferência Cristã da Ásia, Prawate Krid-arn, também manifestaram total apoio à revolta dos monges budistas contra a junta militar birmanesa. (JD/AF)








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