Velletri, 24 set (RV) - Bento XVI fez, na manhã deste domingo, uma breve visita
pastoral à Diocese de Velletri-Segni, onde presidiu a santa missa no patamar da catedral.
O bispo dessa diocese, sufragânea da Diocese de Roma, Dom Vincenzo Apicella,
assinalou que a visita do pontífice "nasceu de maneira bastante natural, posto que
o Santo Padre foi titular da Diocese Suburbicária de Velletri-Segni, quando era Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1993 até o dia de sua eleição à Cátedra de
Pedro, em 19 de abril de 2005".
A diocese suburbicária é uma circunscrição
eclesiástica confinante com a Diocese de Roma, sujeita à jurisdição nominal de um
cardeal da ordem dos bispos.
Durante a visita, foi inaugurada na praça, uma
coluna de bronze de quatro metros e 20 centímetros de altura, trazida da Alemanha,
semelhante a outra coluna de bronze que se encontra na praça central da cidade de
Marktl amn Inn, cidade natal de Bento XVI. Esta coluna de Velletri _ que o papa abençoou
antes da celebração eucarística _ permanecerá, portanto, como um sinal indelével e
particular entre Bento XVI e a diocese de Velletri.
A parábola do administrador
infiel, que o Evangelho de Lucas recorda neste domingo, coloca o homem diante da escolha
entre "honestidade e desonestidade, entre egoísmo e altruísmo, entre bem e mal"; oferece
diversos pontos de reflexão sobre os perigos de um apego excessivo ao dinheiro, aos
bens materiais e a tudo que impede de viver plenamente a nossa vocação de amar Deus
e os irmãos.
O papa sublinhou que não se pode fazer da riqueza um ídolo ao
qual sacrificar tudo, a fim de conseguir o próprio sucesso econômico, transformando-o
num deus.
"A lógica do lucro, se predominante, aumenta a desproporção entre
pobres e ricos, como também uma destruidora exploração do Planeta. Quando, ao invés,
prevalece a lógica da partilha e da solidariedade, é possível corrigir a direção e
orientá-la rumo a um desenvolvimento equitativo, para o bem comum de todos. Em síntese
trata-se da decisão entre o egoísmo e o amor, entre a justiça e a desonestidade, em
definitiva entre Deus e Satanás".
Bento XVI chamou a atenção dos fiéis, para
que reflitam sobre a escolha de ser cristão: "Se amar Cristo e os irmãos não é considerado
como algo acessório e superficial, mas sim a finalidade verdadeira e última de toda
a nossa existência, é necessário, portanto, fazer escolhas e estar dispostos a renúncias
radicais, se necessário até o martírio."
Concluindo, o Santo Padre ressaltou
que o final do Evangelho deste domingo é incisivo e peremptório: ninguém pode servir
a dois senhores, ou seja, não se pode servir a Deus e ao dinheiro. (SP/AF)