2007-09-22 18:57:29

MIANMAR: CRESCE REVOLTA CONTRA DITADURA MILITAR


Yangun, 22 set (RV) - Em Mianmar (ex-Birmânia) expande-se a revolta contra o governo militar, encabeçada pelos monges budistas. Hoje, no sexto dia de manifestações, milhares de religiosos e civis foram às ruas para mostrar o descontentamento com a ditadura.

A insatisfação se estende por várias cidades do país. Na cidade de Mandalay, foram contabilizados mais de 10 mil manifestantes. Os monges budistas afirmaram que continuarão a marchar e a pregar até o momento da queda do governo militar.

O estopim dos atos públicos foi o aumento injustificado de preços dos artigos de primeira necessidade. No início deste mês, os monges foram vítimas de bombas de gás lacrimogêneo, porque apoiaram a população com os apelos pela redução dos preços dos combustíveis e dos transportes.

Na manhã de hoje, pelas ruas da maior cidade do país, Yangun, 1.600 religiosos exigiram um pedido de desculpas oficial do governo, por causa dos atentados sofridos.

O diretor da agência de notícias AsiaNews, Pe. Bernardo Cervellera, declarou que "os monges são eixos espirituais de Mianmar, e podem angariar a simpatia da população, que já está cansada da ditadura".

Em entrevista à Radio Vaticano, Pe. Cervellera revela um dos pontos de sustentação da ditadura militar do país: "O governo é muito sustentado pela China, que usa Mianmar como reserva de minerais, de pedras preciosas, de madeira e também como base militar no Oceano Índico."

Além disso, Pe. Cervellera declara que o governo militar é responsável pelo empobrecimento do país: "Antes do atual regime, (Mianmar) era riquíssimo e exportava para todo o mundo, enquanto agora, é a "lanterninha" da economia asiática."

A comunidade internacional teme que os crescentes protestos possam desencadear uma dura reação do regime militar, que não organiza eleições desde 1990. (EP/AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.