650 mil desalojados em 18 países africanos: se o Mundo não se mobilizar a região terá
mais um gigantesco cemitério.
(22/9/2007) As pessoas não são números, mas estes ajudam a perceber o drama que atinge,
neste momento, 18 países de África abalroados por gigantescas inundações mais de 250
mortos e 650 mil desalojados. Segue-se, como alertam a Cruz Vermelha e o Crescente
Vermelho, uma epidemia de cólera. Onze milhões de euros é a ajuda que, para já, a
Comissão Europeia decidiu enviar. Como se tudo isto já não fosse bastante, fortes
chuvas são esperadas nas próximas semanas em toda a extensão que vai do golfo de Guiné
até à costa do Índico. Segundo Omar Baddour, especialista da Organização Meteorológica
Mundial (OMM), estas inundações são, provavelmente, consequência do fenómeno climático
e do arrefecimento das águas do Oceano Pacífico conhecido como "La Niña". No Uganda,
um dos países mais atingidos, foram registados casos agudos de malária e a Cruz Vermelha
teme agora a chegada de uma epidemia de cólera. As inundações atingiram neste país,
directa ou indirectamente, 500 mil pessoas, das quais 290 mil foram obrigadas a deixar
as suas casas. Diversas organizações humanitárias pediram o envio urgente de ajuda
humanitária, calculando-se em 30,7 milhões de euros o montante necessário para cerca
de 300 mil afectados. No Gana, outro país fortemente afectado, as agências humanitárias
solicitaram uma ajuda de 1,5 milhões de euros. Também no Togo, onde morreram pelo
menos 25 pessoas, cerca de 100 ficaram feridas e mais de três mil famílias estão desalojadas,
o Programa Alimentar Mundial e a Cruz Vermelha começaram a distribuir alimentos e
materiais para a construção de abrigos, mas reconhecem que se o Mundo não se mobilizar
a região terá mais um gigantesco cemitério.