BENIN: INÍCIO DA VISITA "AD LIMINA" DOS BISPOS. ENTRE OS DESAFIOS MAIS URGENTES DO
PAÍS, A LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO
Castel Gandolfo, 17 set (RV) – Tiveram início nesta segunda-feira, as audiências
do papa aos bispos de Benin, que estão realizando sua qüinqüenal visita "ad Limina".
Entre os prelados recebidos esta manhã, na residência apostólica de Castel Gandolfo,
estava o presidente da Conferência Episcopal desse país africano, Dom Antoine Ganyé,
bispo de Dassa-Zoumé.
Um dos principais desafios sociais para a Igreja em Benin
é libertar a política da corrupção difusa, segundo antecipou Dom Antoine, numa entrevista
concedida na sexta-feira, dia 14, à Rádio Vaticano.
Outro desafio central é
a necessidade de combater a difusão das seitas, em forte crescimento: cerca de 650
no país _ um dos mais pobres e atrasados da África ocidental, com uma expectativa
de vida média de apenas 51 anos.
O país vive hoje, uma ulterior crise econômica,
induzida pela globalização e pela queda dos preços nos mercados regionais, fatores
que anularam um bom crescimento médio _ de 5% _ nos últimos anos.
País encastoado
entre a Nigéria e o Togo, com território pouco maior que o do estado de Pernambuco,
ex-colônia francesa, Benin tornou-se independente em 1960, marcado por turbulências
políticas.
Trata-se de um país difícil de governar, habitado por cerca de 40
grupos étnicos diferentes. Sessenta e cinco por cento da população pertence a religiões
tradicionais animistas, 10% são islâmicos e 23% católicos, subdivididos em 10 dioceses.
Entre
as prioridades pastorais da Igreja em Benin, destacam-se: um maior e mais responsável
envolvimento do laicato, sobretudo para a formação de autênticas famílias cristãs,
capazes de honrar os valores sacramentais do matrimônio, em oposição à poligamia,
resíduo de antigas tradições ainda fortemente arraigadas na sociedade. E ainda, a
promoção das vocações e a educação dos jovens. Não menos importante: o diálogo inter-religioso,
num contexto onde os cristãos são minoria.
Trata-se, além disso, de uma Igreja
pobre de estruturas e recursos humanos, que está recorrendo, em particular, ao desenvolvimento
dos meios de comunicação para a evangelização, especialmente o rádio, considerando
que 60% da população é analfabeta.
Os bispos de Benin estão de volta ao Vaticano,
após a última visita "ad Limina", em 2001, quando João Paulo II _ que visitou o país
em 1982 e 1983 _ os exortou a um espírito de autêntica e profunda comunhão, para responder
às muitas expectativas de seus irmãos. (RL/AF)