2007-09-17 15:56:39

Dia mundial dedicado ao Darfur: a tragédia continua não obstante os apelos


(17/9/2007) A nível internacional, multiplicam-se os apelos para a paz no Darfur e neste Domingo, Dia Mundial do Darfur, mais de 30 países foram palco de manifestações de diverso tipo, exigindo que os líderes internacionais imponham finalmente a paz naquela martirizada região.
Quando todas as partes se declaram disponíveis para um cessar-fogo, a guerra civil no Darfur, continua a matar civis inocentes perante a incapacidade do mundo de lhe pôr fim. Iniciado em 2003, o conflito nesta região do oeste do Sudão fez já mais de 200 mil mortes e provocou pelo menos 2,4 milhões de deslocados.
Ainda sexta-feira, antevéspera do Dia Mundial para o Darfur, o presidente sudanês, Omar el-Béchir, anunciou estar “disposto” a um cessar-fogo com os grupos rebeldes locais antes do recomeço das negociações de paz, previstas para 27 de Outubro, na Líbia. Em Itália, onde foi recebido pelo primeiro-ministro Romano Prodi e pelo Papa Bento XVI, Omar el-Béchir garantiu que pretende criar um “clima positivo” para as negociações e exortou à participação de todos os grupos rebeldes. Um acordo de paz conseguido em Abuja, em 2006, foi assinado por apenas um grupo rebelde armado. Os restantes grupos reuniram-se no início de Agosto em Arusha, na Tanzânia, para definirem um programa conjunto tendo em vista as negociações com Cartum.
Ontem, o primeiro-ministro britânico prometeu o seu apoio às forças de paz na região sudanesa de Darfur, manifestando igualmente o desejo de que esta missão seja estabelecida até ao final deste ano.
O chefe do governo britânico qualificou a situação no Darfur como “uma das maiores tragédias do nosso tempo”, depois de o conflito explodir em Fevereiro de 2003, quando dois grupos rebeldes se levantaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização da zona, que faz fronteiriça com o Chade, e pelo controlo dos seus recursos naturais.
Entretanto, mantêm-se os preparativos para estacionar uma força mista ONU-União Africana na região, para impor a paz. Durante muito tempo recusada por Cartum, a decisão de estacionar esta força de 26 mil homens foi tomada em Julho pelo Conselho de Segurança, visando pacificar a região, onde as forças governamentais defrontam milícias aliadas dos grupos rebeldes. Certo é que quatro anos e meio após o seu início, o conflito prossegue com acções de violência quotidianas.








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