BENTO XVI PEDE MAIOR COLABORAÇÃO EM DEFESA DA SALVAGUARDA DA CRIAÇÃO
Castel Gandolfo, 16 set (RV) - Celebra-se hoje, o 20º aniversário da adoção
do "Protocolo de Montreal", sobre as substâncias que empobrecem e contaminam a camada
de ozônio que recobre a Terra, provocando graves danos ao ser humano e ao ecossistema.
Uma celebração que o Santo Padre fez questão de recordar, durante seu encontro com
os fiéis e peregrinos de todo o mundo, no pátio da residência apostólica de verão,
em Castel Gandolfo, para a habitual oração mariana do Angelus.
"Nas duas últimas
décadas _ disse o papa _ graças a uma colaboração exemplar, em nível internacional,
entre política, ciência e economia, foram alcançados importantes resultados, com repercussões
positivas para as gerações atuais e futuras. Faço votos para que, por parte de todos,
se intensifique essa cooperação, a fim de promover o bem comum, o desenvolvimento
e a salvaguarda da criação, fortalecendo a aliança entre o homem e o ambiente, que
deve ser o espelho do amor de Deus, que é a nossa origem e a nossa meta."
Na
reflexão que precedeu a oração mariana do Angelus, o pontífice indicou o capítulo
15 do Evangelho de São Lucas _ que a liturgia de hoje propõe para a nossa meditação
_ como "uma das páginas mais elevadas e comoventes de toda a Sagrada Escritura".
"É
belo pensar que, no mundo inteiro, onde quer que a comunidade cristã se reúna para
celebrar a Eucaristia dominical, ressoe, neste domingo, esta Boa Nova de verdade e
de salvação: Deus é amor misericordioso" _ disse o pontífice.
No capítulo 15,
o evangelista Lucas reúne três parábolas sobre a misericórdia divina: duas delas _
as mais breves e que são narradas também nos Evangelhos de Mateus e Marcos _ falam
da ovelha desgarrada e da moeda perdida. A terceira _ longa e articulada, e que pode
ser encontrada somente no Evangelho de Lucas _ narra a história do Pai misericordioso,
mais conhecida como a parábola do "filho pródigo".
"Nesta página evangélica
_ avaliou o Santo Padre _ parece até mesmo que podemos ouvir a voz de Jesus, que nos
revela a face de Seu e nosso Pai. No fundo, foi exatamente para isso que Ele veio
ao mundo: para nos falar do Pai; para fazer com que nós _ filhos desgarrados _ O conhecêssemos,
e para suscitar em nossos corações, a alegria de pertencermos a Ele, a esperança
de sermos perdoados e termos de volta a nossa plena dignidade, e o desejo de habitar
para sempre na Sua casa, que é também a nossa casa."
Nas parábolas onde ilustra
a misericórdia do Pai, Jesus explica que Deus sofre quando se perde ainda que um só
de seus filhos e, da mesma forma, seu coração se enche de júbilo, quando um pecador
se converte.
"A verdadeira religião consiste, então _ indicou Bento XVI _ em
entrar em sintonia com esse Coração "rico de misericórdia", que nos pede para amarmos
todos, até mesmo os distantes e os inimigos, imitando o Pai celeste, que respeita
a liberdade de cada um, e atrai todos a si, com a força arrebatadora e invencível
de sua fidelidade."
Este é o caminho que Jesus indica a todos aqueles que querem
ser seus discípulos: "Não julguem... não condenem... perdoem e serão perdoados...
dêem e lhes será dado... sejam misericordiosos como o Pai celeste: nessas palavras
_ sublinhou o papa _ encontramos as indicações concretas para o nosso empenho cotidiano
como cristãos.
"No nosso tempo _ argumentou o papa _ a humanidade tem necessidade
de que seja proclamada e testemunhada com vigor, a misericórdia de Deus. Essa urgência
pastoral foi intuída, de modo profético, por meu amado predecessor, João Paulo II,
que foi um grande apóstolo da misericórdia divina. De fato, ao Pai misericordioso,
ele dedicou sua segunda encíclica e, ao longo de todo o seu pontificado, se fez missionário
do amor de Deus por todas as pessoas."
"Após os trágicos eventos de 11 de setembro
de 2001, nos EUA _ um acontecimento que obscureceu a aurora do terceiro milênio _
João Paulo II convidou os cristãos e os homens e mulheres de boa vontade a acreditarem
que a misericórdia divina é mais forte do que o mal, e que somente na Cruz de Cristo
se encontra a salvação do mundo" _ acrescentou Bento XVI.
"Que a Virgem Maria,
Mãe da Misericórdia, que ontem contemplamos como Nossa Senhora das Dores, aos pés
da Cruz, interceda por nós, a fim de que possamos sempre confiar no amor de Deus,
e nos ajude a sermos misericordiosos como o nosso Pai celeste" _ concluiu o papa.
(AF)