PARLAMENTO DE MANÁGUA MANTÉM PROIBIÇÃO DO ABORTO TERAPÊUTICO
Manágua, 14 set (RV) – A Assembléia Nacional da Nicarágua decidiu ontem, por
ampla maioria, manter a supressão da figura do aborto terapêutico, do texto do Código
Penal em vigor, introduzida em outubro do ano passado, informaram fontes legislativas.
Por
62 votos a favor, três contra e quatro abstenções, o Parlamento nicaragüense rejeitou
a moção do deputado liberal dissidente, Eduardo Gómez, que pretendia reintroduzir
a possibilidade de realização do aborto terapêutico. O inciso anulado é o 3º do artigo
143, do Código Penal.
Numa exortação publicada na semana passada, o Episcopado
da Nicarágua advertia sobre o grande erro que seria a aprovação do novo texto do Código
Penal, com a reintrodução da figura do aborto terapêutico. Os bispos recordaram que
a supressão desse dispositivo legal fora feita mediante um abaixo-assinado do qual
constavam 290 mil assinaturas dos cristãos do país.
Os prelados argumentavam
que o chamado "aborto terapêutico" servira de cobertura e total impunidade a todos
aqueles que praticavam abortos, qualquer que fosse o motivo.
O cardeal-arcebispo
emérito de Manágua, Miguel Obando Bravo, pronunciou-se, dias atrás, em favor de um
debate científico sobre o aborto terapêutico. (AF)