GROENLÂNDIA: CONCLUÍDO SIMPÓSIO MULTI-RELIGIOSO SOBRE O ÁRTICO
Nuuk, 12 set (RV) - Os mais de 150 passageiros do cruzeiro-simpósio "Ártico,
espelho da vida", chegaram ontem, a Narsaq, etapa conclusiva do passeio de estudos
pela Groenlândia. Ali, foi realizada a sessão final do congresso científico. Hoje,
terá lugar um momento de reflexão e de oração.
Da exuberância da floresta pluvial
amazônica ao majestoso silêncio do Ártico, o empenho em favor da salvaguarda da Criação
não conhece confins. Esse foi o conceito emerso do simpósio sobre religião, ciência
e ambiente, cujos participantes estiveram na nossa Amazônia, ano passado e, este ano,
se ocupam de questões árticas.
No Ano Polar Internacional que os especialistas
dedicaram ao estudo das extremidades do Planeta, o simpósio sobre a região ártica
encerrou-se, sob o signo de uma nova colaboração entre religião e ciência: uma colaboração
que vá além das polêmicas, incompatibilidades e discrepâncias, e que se conscientize
da responsabilidade de todos para com o ambiente _ patrimônio comum do gênero humano.
Entre os últimos assuntos abordados nas sessões de trabalho, estiveram as
bases militares no Pólo Norte, como a estadunidense de Thule, no norte da Groenlândia.
Foi ali que, em 1968, um avião dos Estados Unidos explodiu, com quatro bombas de hidrogênio
a bordo.
A poluição radioativa _ efetivamente, uma das ameaças ao Pólo Ártico
_ e as conseqüências das mudanças climáticas _ do degelo glacial à movimentação da
calota polar _ estão mudando a fisionomia da região.
Naturalmente, reforça-se,
nesse sentido, também o compromisso inter-religioso para com a Criação: o próprio
simpósio da Groenlândia é prova disso. O encontro reuniu ortodoxos, católicos, judeus,
muçulmanos, hinduístas, xintoístas, luteranos, anglicanos, batistas, budistas e evangélicos,
além de seguidores de crenças locais da Lapônia (região ao norte da Finlândia) e esquimós.
Todos convidados pelo patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, pela União
Européia e pelas Nações Unidas.
A salvaguarda da criação, a atenção do homem
ao ambiente em que vive e as agressões perpetradas a esse ambiente, por seus habitantes,
o futuro da terra e do ser humano são temas que têm a constante atenção de toda a
Igreja.
Em 2002, na Itália, Bartolomeu I assinou, com João Paulo II, uma
declaração comum, I, reafirmando a importância da espiritualidade para preservar a
Criação, em vista do bem-estar das futuras gerações.
Outra declaração conjunta
foi assinada, com Bento XVI, em 30 de novembro de 2006, na residência do patriarca,
em Constantinopla. (CM/AF)