Nuuk, 10 set (RV) - Energia limpa, contaminações nucleares e futuros tratados
internacionais para a proteção do Ártico. Esses são os últimos temas abordados no
simpósio "Ártico, espelho de vida", em andamento na Groenlândia. O encontro foi promovido
pelo patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.
Ontem, o cardeal
Theodore McCarrick, arcebispo emérito de Washington, celebrou a santa missa a bordo
do navio que hospeda o encontro. Participaram da cerimônia, a bispa luterana da Groenlândia,
Sofie Peterson, e um representante do patriarca Bartolomeu I.
Os 200 delegados
_ líderes mulçumanos, judeus, budistas e cristãos, além de especialistas no setor
ambiental _ estão realizando um cruzeiro pelo Ártico, de 6 a 12 do corrente, para
discutir sobre as mudanças climáticas e suas conseqüências para o Planeta, atualmente
e no futuro.
A temperatura da Terra está aumentando a cada ano que passa.
O eventual degelo do Ártico elevaria de seis metros, o atual nível dos oceanos, provocando
danos irreparáveis para algumas populações litorâneas. Os cientistas são unânimes
em afirmar que a causa do problema são os gases do "efeito estufa", produzidos pelas
atividades humanas, nas últimas décadas.
Ontem, em Nuuk, principal porto da
Groenlândia, os estudiosos concluíram que o futuro do Ártico está ligado, indissoluvelmente,
à energia renovável. Mas além do problema do degelo, a região sofre as conseqüências
da poluição nuclear. De fato, existe um intenso tráfego de ogivas nucleares, transportadas
por submarinos estadunidenses e russos, e isso gera radioatividade em toda a área.
Nesse sentido, os participantes do encontro lançaram um apelo, em prol da
elaboração de um tratado internacional, que tutele o Ártico. (CM/AF)