ORDENAÇÃO EPISCOPAL NA CHINA TEM A APROVAÇÃO DA SANTA SÉ
Pequim, 10 set (RV) - O novo bispo coadjutor da Diocese de Guizhou, sul da
China, é aprovado pelo Vaticano e os fiéis foram avisados, publicamente, dessa aprovação,
ainda que a Associação Católica Patriótica _ a Igreja Católica oficialmente considerada
por Pequim _ esteja reivindicando a "paternidade" de tal ordenação.
Dom Paul
Xiao Zejiang _ o novo coadjutor de Dom Anicetus Wang Chongyi, que está com 88 anos
de idade _ tem 40 anos e recebeu a ordenação episcopal no último sábado, dia 8 de
setembro, na Catedral de Guiyang.
Ontem, durante todas as celebrações eucarísticas,
os fiéis foram avisados de que o novo bispo coadjutor recebeu a aprovação da Santa
Sé.
A ordenação de Dom Paul Xiao Zejiang é a primeira, desde a publicação,
em julho passado, da carta de Bento XVI aos católicos chineses.
A cerimônia
de ordenação episcopal realizou-se na presença de, pelo menos, três mil pessoas, 40
sacerdotes e cinco bispos. A celebração foi presidida pelo titular da Diocese, Dom
Anicetus Wang Chongyi.
Entre os outros bispos presentes, estavam Dom Louis
Yu Runshen, de Hanzhong (Shaanxi) e Dom Paul He Zeqing, de Wanzhou, ambos reconhecidos
pelo governo chinês. Presentes também o bispo "não oficial" de Hu Daguo (da ex-Prefeitura
Apostólica de Shiqian), que reside em Guiyang.
Os fiéis ficaram desapontados
pela presença, na cerimônia, de Dom Joseph Ma Yinglin, bispo "oficial" de Kunming,
ordenado no ano passado, por desejo da Associação Católica Patriótica, mas sem a aprovação
da Santa Sé.
A notícia foi publicada hoje, pelo jornal "China Daily", indicando
na ordenação, o desejo da China, de continuar nomeando bispos "sem a chancela da Santa
Sé", chancela que, na realidade, houve.
O tema da nomeação dos bispos é o principal
obstáculo no caminho da normalização das relações entre China e Vaticano. Na semana
passada, o chefe da Associação Católica Patriótica, Liu Bainian, afirmou, numa entrevista,
que as designações episcopais são necessárias, porque das 97 dioceses chinesas, 40
estão sem bispo, e 30 dos bispos ativos têm mais de 80 anos.
A Associação Católica
Patriótica conta cinco milhões de fiéis, enquanto se considera que a Igreja Católica
"clandestina" (fiel ao papa e à Igreja de Roma) tenha o dobro. (GF/AF)