Bento XVI de novo em Castelgandolfo depois de três dias de viagem apostólica á Austria:
despedindo-se o Papa agradeceu o acolhimento recebido e recordou o papel central
do país, na Europa e no mundo
(10/9/2007) Bento XVI encontra-se de novo em Castelgandolfo aonde regressou neste
Domingo à noite , após uma viagem apostólica de três dias à Áustria que o levou ao
Santuário mariano de Mariazell, um dos mais importantes da Europa. O Papa deixou
mensagens em favor da vida e dos valores cristãos na Europa, manifestando-se preocupado
com o futuro de um Continente que parece querer viver sem Deus, sem filhos e sem convicções.
A sétima viagem do Papa ao estrangeiro foi acompanhada por chuva persistente,
o que não impediu que milhares de pessoas participassem nas celebrações eucarísticas
de Sábado, em Mariazell - 30 mil pessoas vindas de toda a Europa central -, e de Domingo,
na Catedral de Santo Estêvão, completamente lotada (8 mil pessoas e milhares no exterior).
Antes de deixar Viena, Bento voltou a defender a importância da herança cristã
na Europa, desejando que a Áustria "leve o seu contributo às instituições europeias
e à promoção das relações internacionais, interculturais e inter-religiosas, favorecendo
a penetração dos valores tradicionais do Continente, impregnados pela fé cristã". Na
despedida, no aeroporto de Viena, domingo ao fim da tarde, Bento XVI agradeceu ao
presidente austríaco, a todas as autoridades do país, aos bispos e a todos os que
se empenharam na preparação desta viagem e no cordial acolhimento que lhe reservaram.
Referindo com apreço “a abertura e hospitalidade” da Áustria, “uma das grandes qualidades
deste país”, o Papa aludiu à posição geográfica e histórico-cultural do país e da
sua capital para formular votos de uma presença activa a favor da paz entre os povos,
nomeadamente no continente europeu:
“Que a busca de uma compreensão recíproca,
e a formação criativa de vias sempre novas que favoreçam a confiança entre os homens
e os povos, inspirem a política nacional e internacional deste país! À luz da sua
experiência histórica e da sua posição no centro vivo da Europa, Viena pode dar o
seu contributo neste sentido, favorecendo assim a penetração dos valores tradicionais
do Continente, permeados de fé cristã, nas instituições europeias e no âmbito da promoção
das relações internacionais, interculturais e inter-religiosas”.
Passando
brevemente em revista as principais etapas da viagem, Bento XVI referiu nomeadamente
a visita, domingo à tarde, à Abadia de Heiligencreuz:
“A tradição ali cultivada
pelos monges cistercienses põe-nos em ligação com as nossas raízes, cuja força e beleza
provêm em última análise do próprio Deus. A Academia Teológica Pontifícia existente
junto da Abadia recorda-nos que quanto nos foi transmitido carece sempre de uma nova
e mais profunda contemplação e reflexão, como também de uma sua ulterior transmissão,
na fidelidade ao Evangelho e à doutrina da Igreja”.
Quase a concluir esta
saudação final, ao partir da Áustria, Bento XVI referiu ainda, como especialmente
“comovente”, o seu encontro, sábado à tarde, com os voluntários das Organizações assistenciais:
“Os milhares de voluntários que tive ocasião de ver representam os tantos
outros que, em toda a Áustria, com a sua disponibilidade a ajudar, fazem com que as
características nobres do homem se manifestem como imagem quotidiana, na qual os
crentes podem reconhecer o amor de Cristo”.
E o Papa concluiu confiando
“à Mãe da Graça de Mariazell… e a todos os santos e bem-aventurados da Áustria,
o presente e o futuro do país”. “Juntamente com eles queremos olhar para Cristo, nossa
vida e nossa esperança”.