BENTO XVI: O DOMINGO NÃO PODE SER APENAS UM DIA DE LAZER E DESCANSO. ELE É O DIA DO
SENHOR: NOSSA ORIGEM E NOSSA META!
Viena, 09 set (RV) - Terceiro e último dia da VII Viagem Apostólica de Bento
XVI, que o levou à Áustria. Uma visita cujo ponto alto foi a celebração pelos 850
anos de fundação do santuário mariano de Mariazell.
Esta manhã, o papa celebrou
a santa missa na Catedral vienense de Santo Estevão, no coração da capital austríaca.
A catedral _ a mais bela igreja gótica da Áustria _ foi construída por ordem de Henrique
II, no século XII, em estilo românico. Foi completamente reconstruída e reformada
após o término da II Guerra Mundial. Ali, em dezembro de 1791, foram celebradas as
exéquias do grande músico, Wolfgang Amadeus Mozart, que morava ao lado da catedral.
As
músicas e cantos executados durante a celebração eucarística de hoje, dedicados a
Nossa Senhora, eram de autoria de Joseph Haydn. Devido ao grande número de fiéis,
foram instalados telões diante da catedral, a fim de que todos pudessem participar
da celebração.
O cardeal-arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, saudou Bento
XVI, enfatizando a importância do domingo como "Dia do Senhor". Tema que foi retomado
pelo papa em sua homilia, na qual ressaltou o profundo significado da celebração eucarística
do domingo.
Sem o dom do Senhor, sem o Dia do Senhor, não podemos viver: assim,
responderam, no ano 304, alguns cristãos de Abitene, na atual Tunísia, quando, surpreendidos
na celebração eucarística dominical _ que era proibida _ foram levados diante do juiz,
que lhes perguntou por que realizavam a função religiosa cristã, se sabiam que seriam
punidos com a morte.
Para aqueles cristãos _ recordou o papa _ a celebração
eucarística dominical não era um preceito, mas uma necessidade interior. Sem Aquele
que sustenta a nossa vida com amor, a própria vida é vazia. Ignorá-lo ou traí-lo privaria
a vida de seu próprio fundamento, sua dignidade interior e sua beleza.
Nos
nossos dias _ disse o Santo Padre _ o domingo tornou-se apenas sinônimo de lazer e
divertimento. Sem dúvida alguma _ ponderou o papa _ na pressa do mundo moderno, o
lazer e o descanso são coisas boas e necessárias. Mas _ argumentou _ "o tempo livre
necessita de um centro: o encontro com Aquele que é nossa origem e nossa meta".
Sublinhando
a importância, para cada cristão _ singularmente _ de anunciar a Boa Nova de Cristo,
o pontífice, disse que "em todos os tempos, Cristo chama sempre algumas pessoas a
contar, exclusivamente, com Ele, a deixarem todo o resto e a se colocarem, totalmente,
à disposição dos outros. A criarem um oásis de amor desinteressado, neste mundo. Um
mundo onde parecem contar sempre mais, apenas o poder e o dinheiro".
Ao término
da santa missa, Bento XVI deixou a Catedral de Santo Estevão, e se dirigiu para o
patamar da mesma, para rezar a oração mariana do Angelus, com os milhares de fiéis
ali reunidos.
Na breve reflexão que fez, antes da oração, o papa apresentou
a figura de Maria como exemplo de disponibilidade e amor, por se ter deixado plasmar
pelo amor de Deus e, assim, ter doado ao mundo, seu Salvador.
Concluindo,
o pontífice pediu aos fiéis a oferecerem suas vidas _ assim como o fez Nossa Senhora
_ para que Cristo possa entrar no mundo. "Sejam instrumentos de amor e de paz para
a Áustria, para a Europa e para o mundo" _ exortou Bento XVI. (MT/AF)