Adopção do novo Tratado europeu em meados de Outubro prioritária para a presidência
portuguesa
(8/9/2007) Os 27 estados-membros da União Europeia (UE) - representados pelos respectivos
ministros dos Negócios Estrangeiros - fizeram esta sexta feira , em Viana do Castelo,
em Portugal, um balanço e uma primeira avaliação política das negociações técnicas
em torno da redacção do denominado Tratado Reformador, que substituirá a fracassada
Constituição Europeia, inviabilizada depois de ter sido rejeitada em referendos, na
França e na Holanda, em 2005. O ministro português dos Negócios Estrangeiros e
presidente do Conselho da UE, Luís Amado, reconheceu que subsistem divergências entre
os 27 nas negociações do novo Tratado, mas manifestou-se convicto de um acordo final
na cimeira informal agendada para 18 e 19 de Outubro próximo, em Lisboa. "Apesar das
divergências e de alguns problemas que subsistem [sobre a redacção final do documento],
será possível um compromisso", declarou Luís Amado, em conferência de Imprensa, no
final do primeiro dos dois dias da reunião informal que decorre em Viana do Castelo.
"Foi um debate muito construtivo e todos manifestaram disponibilidade para cumprir
o mandato" atribuído em Junho à presidência portuguesa, em exercício, do Conselho
dos 27, de forma "a termos um Tratado que permita à UE enfrentar os diferentes e difíceis
problemas" internos e externos, disse Luís Amado. Um acordo sobre este tratado é a
grande prioridade da terceira presidência semestral portuguesa da UE, iniciada em
1 de Julho passado. Entretanto os ministros pareciam ontem resignados a que as relações
da comunidade com a Rússia continuem difíceis, pelo menos até às eleições presidenciais
russas, em Março de 2008, com a sucessão a Vladimir Putin. No "presente período eleitoral,
não é de esperar que a próxima cimeira UE-Rússia seja revolucionária", disse ontem
o chefe da Diplomacia da UE, Javier Solana, depois de um debate com os ministros dos
Negócios Estrangeiros europeus sobre a referida cimeira, em 26 de Outubro, em Portugal.