O contributo do Cristianismo na construção da Europa
(6/9/2007) O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse hoje na Roménia
que a construção europeia necessita de "valores precisos", destacando o contributo
do Cristianismo na vida da Europa. "Só fundando-se em valores precisos, a União
Europeia poderá ser muito mais do que um mercado ou uma sociedade de interesses",
assinalou o líder político, que falava aos participantes da III Assembleia Ecuménica
Europeia, que decorre em Sibiu. "Estou seguro de que a Europa pode contar convosco
para superar as divisões e obter aquela que, numa expressão ecuménica, se define como
«diversidade reconciliada»", apontou. O segundo dia de trabalhos da Assembleia
versou sobre a necessidade do testemunho cristão na Europa, superando uma visão meramente
cultural do Cristianismo, que possa permitir aos fiéis das Igrejas e comunidades cristãs
apresentarem-se aos líderes políticos como interlocutores de confiança. Durão
Barroso frisou que o Tratado Europeu, agora modificado, reconhece expressamente o
contributo específico das Igrejas para a unificação do Velho Continente. Esse papel,
disse o presidente da Comissão Europeia, é ainda mais pertinente "quando se desempenha
num espírito ecuménico". O político português lembrou o papel "determinante" de
João Paulo II na reunificação entre Ocidente e Leste da Europa, permitindo que hoje
se respire a "plenos pulmões" no nosso continente A cidade romena de Sibiu acolhe,
desde esta Terça-feira, os participantes na III Assembleia Ecuménica Europeia, um
momento histórico para o diálogo entre os cristãos, onde serão discutidos problemas
e desacordos. Ao abrir a Assembleia, o Patriarca ecuménico de Constantinopla (ortodoxo),
Bartolomeu I, convidou todos a respeitar a vida, os valores supremos do matrimónio
e da família, a apoiar e dar assistência aos pobres, a perdoar e a ser misericordioso.
Após citar passagens da Charta Oecumenica Europeia, assinada pelas Igrejas, em
Estrasburgo, em 2001, Bartolomeu I lançou uma proposta "ecológica": que todos os participantes
da Assembleia e os cristãos, em geral, façam um dia de jejum, em defesa do meio ambiente.
"Sem o diálogo e a colaboração entre todos os cristãos, assim como entre todos
os responsáveis, centros de poder e autoridades, toda e qualquer acção está destinada
a falhar desde o seu início", afirmou.