Mário Soares toma posse como novo presidente da Comissão da Liberdade Religiosa
(6/9/2007) Numa cerimónia que decorreu na tarde desta quarta feira em Lisboa , na
residência oficial do primeiro-ministro, Mário Soares tomou posse como novo presidente
da Comissão da Liberdade Religiosa. O ex-presidente da República reconhece a importância
da religião e das instituições religiosas no mundo conturbado, “onde o fenómeno religioso
retomou uma grande importância”. Mário Soares afirmou-se republicano e laico e por
isso, “a favor da separação do Estado das Igrejas, como a lei indica, mas tem um grande
respeito por todas as formas de liberdade, assim como pela Concordata que existe entre
a República Portuguesa e a Santa Sé”. A sua experiência em encontros inter-religiosos
e ecuménicos, “alguns organizados pela comunidade de Santo Egídio", fazem com que
assuma estas funções "com a vontade de servir a República e a liberdade religiosa
e as instituições reconhecidas pela Lei em Portugal”. O fenómeno religioso tem
assumido uma particular relevância no Séc. XXI. “O exacerbamento dos fanatismos religiosos
é altamente preocupante sobretudo na sua forma mais violenta e agressiva”, aponta
Soares. Factores que alertam o presidente empossado para a “necessidade de desenvolver
o diálogo ecuménico de forma a evitar os conflitos entre religiões e as guerras religiosas”.
Ainda sem adiantar os passos futuros da Comissão da Liberdade Religiosa Mário
Soares remeteu passos concretos para uma reunião, a acontecer em Outubro, com os membros
da Comissão. O Primeiro Ministro português José Sócrates, por seu lado, defendeu
a escolha do Governo, indicando que "a vida pessoal e política de Mário Soares habilitam-no
para qualquer tarefa que se relacione com a liberdade, ainda mais quando se fala de
liberdade religiosa”. Afirmou que a opção representa um sinal da importância que
o Estado atribui à liberdade religiosa. “É também uma garantia que será levada a sério
e será um instrumento para promover a liberdade individual, de credo, mas em condição
de igualdade de tratamento de todas as religiões”, disse. A Igreja Católica acolhe
com serenidade e com compreensão a nomeação política do governo que recai em Mário
Soares, personalidade de reconhecido mérito que “tem um papel de diálogo com as religiões
e de compreensão apesar de agnóstico. O seu cargo será de fomentar e promover a Comissão
da Liberdade Religiosa” afirma o Pe. Saturino Gomes, membro reconduzido na Comissão
por nomeação da Conferência Episcopal Portuguesa.