MENSAGEM DO PAPA À ASSEMBLÉIA ECUMÊNICA EUROPÉIA: "DIÁLOGO DA VERDADE E ENCONTRO,
NO SIGNO DA FRATERNIDADE"
Cidade do Vaticano, 05 set (RV) - A "grande esperança" de progresso no caminho
ecumênico está no centro da mensagem que Bento XVI enviou à III Assembléia Ecumênica
Européia, que foi aberta ontem, terça-feira, em Sibiu, Romênia. Em particular, a mensagem
é endereçada ao presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE),
Cardeal Péter Erdö arcebispo de Esztergom-Budapeste e primaz da Hungria, e ao presidente
da Conferência das Igrejas da Europa, o pastor Jean-Arnold de Clermont.
A recomposição
da plena e visível unidade de todos os cristãos é uma prioridade para o Santo Padre,
desde o início de seu pontificado: é o que ressalta o próprio papa, recordando o espaço
que o Concílio Vaticano II dedicou ao caminho ecumênico, e frases fundamentais de
João Paulo II na encíclica "Ut unum sint" (Que todos sejam um): "A Igreja Católica
_ escrevia João Paulo II _ comprometeu-se de modo irreversível a percorrer o caminho
da busca ecumênica"; "acreditar em Cristo significa querer a unidade".
Lembrando
ainda João Paulo II, Bento XVI afirma que se trata de "um caminho seguramente difícil,
mas precursor de grande alegria". A esse propósito, o pontífice recorda a parte do
caminho já feita, ao longo das últimas décadas e, em particular, recorda as precedentes
Assembléias Ecumênicas, de Basiléia, Suíça, em 1989; de Graz, Áustria, em 1997; e
a Carta Ecumênica de Estrasburgo, França, em 2001.
No texto, o pontífice se
detém sobre a palavra "diálogo", explicando que ele se instaura onde não há somente
a palavra, mas também a escuta, e onde na escuta se dá o encontro, no encontro a relação
e na relação a compreensão entendida como aprofundamento e transformação do nosso
ser cristãos.
O diálogo _ acrescenta Bento XVI _ "diz respeito não somente
ao campo do saber e daquilo que somos capazes de fazer. Ele faz falar, sobretudo,
a pessoa que crê, aliás, o próprio Senhor no meio de nós".
Convencido de que
o encontro de Sibiu oferecerá temas preciosos, o papa faz votos de que o mesmo crie
"espaços de encontro para a unidade na legítima diversidade".
O papa convida
todos a pedirem a Deus a unidade e a paz para os europeus, mencionando recordações
dolorosas, das quais a história européia não está isenta" e os "problemas sociais
na era do relativismo".
O Santo Padre define a oração pela unidade como "o
caminho por excelência, para o ecumenismo". Concluindo sua mensagem, Bento XVI reitera
que as raízes comuns são muito mais profundas do que as divisões. (RL)