CARDEAL MARTINO FALA SOBRE NECESSIDADE DE DIÁLOGO ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO PARA
AFRONTAR DESAFIO DAS MIGRAÇÕES NO MUNDO
Sibiu, 04 set (RV) - "As migrações, uma oportunidade para o ecumenismo": foi
o título da conferência feita pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para
os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal Renato Raffaele Martino, no Congresso anual
dos diretores nacionais europeus da Pastoral dos Migrantes, que se realiza ontem e
hoje, em Sibiu, Romênia, onde também foi aberta, esta manhã, a Assembléia Ecumênica
Européia.
Solidariedade, cooperação internacional e comunhão ecumênica: são
esses os ingredientes para afrontar a crescente migração planetária, "um dos mais
importantes e complexos desafios do nosso mundo moderno" _ ressaltou o Cardeal Martino,
evidenciando que a Igreja Católica universal e particular _ em diversas e diferentes
regiões _ dá grande atenção "às contínuas transformações" provocadas pela mobilidade
humana e às "exigências dos povos, na sociedade contemporânea".
E o faz para
responder às novas necessidades espirituais e pastorais dos migrantes, tendo em mente
_ evidenciou o purpurado _ os aspectos ecumênicos em relação à presença de cristãos
de outras confissões, e também ao aspecto inter-religioso, visto o crescente número
de migrantes de outras religiões, em particular muçulmanos, em países tradicionalmente
cristãos.
Por isso _ prosseguiu o Cardeal Martino _ a Igreja é chamada a viver
plenamente a sua identidade, sem deixar de dar testemunho da própria fé, também considerando
proclamá-la, respeitosamente.
Daí, a necessidade de afirmar "o importante princípio
de reciprocidade", não simplesmente "para fazer solicitações", mas também para estabelecer
"uma relação baseada no mútuo respeito e na justiça, em matéria jurídica e religiosa",
conscientes _ concluiu o purpurado _ de "que a migração é um processo em constante
evolução, que continuará presente no desenvolvimento das sociedades e que nos conduzirá
sempre mais, a um mundo intercultural, onde as legítimas diversidades serão vividas
também no contexto de um diálogo ecumênico e inter-religioso". (RL/AF)