2007-08-31 16:53:50

ANISTIA INTERNACIONAL DENUNCIA DESAPARECIMENTO DE DEZENAS DE MILHARES DE PESSOAS


Londres, 31 ago (RV) - A organização de defesa dos direitos humanos, Anistia Internacional (AI), denunciou o desaparecimento de dezenas de milhares de pessoas nos últimos 20 anos, "grave violação dos direitos humanos que continua ocorrendo e que vem se ampliando nos últimos anos, no âmbito da chamada "guerra contra o terrorismo", encabeçada pelos Estados Unidos".

Por ocasião do Dia Internacional dos Desaparecidos, a secção espanhola da Anistia Internacional pediu a ratificação da nova Convenção da ONU contra Desaparecimentos Forçados. Cada desaparecimento, afirma a Anistia Internacional, viola um amplo conjunto de direitos humanos e, em último caso, o direito à vida, já que as pessoas desaparecidas costumam ser assassinadas.

Além disso, o problema causa "especial angústia aos parentes das vítimas, para quem fica impossível verificar se a pessoa está viva ou morta". "Isso não é coisa do passado. Continua ocorrendo no mundo todo. Em Sri Lanka, por exemplo, pelo menos mil pessoas foram vítimas de desaparecimento desde o início de 2006" _ afirmou Esteban Beltrán, diretor da Anistia Internacional na Espanha.

No capítulo sobre a Colômbia, o relatório da AI diz que, em 2006, foram achadas mais de 80 valas comuns, com os restos de 200 pessoas assassinadas por grupos paramilitares. Segundo a unidade de Justiça e Paz, continuam sem ser localizados "os restos de três mil desaparecidos".

Na Chechênia, a prática continua: a ONG russa "Memorial" avalia que de, 3 a 5 mil homens, mulheres e crianças desapareceram, nessa república russa, desde 1999.

No Paquistão, nos últimos anos, centenas de pessoas foram detidas arbitrariamente e, a seguir, desapareceram sem deixar rastros.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha defende a criação de uma comissão de Verdade e Justiça no Brasil e aponta que uma iniciativa nesse sentido pode ajudar o país a voltar a página das violações ocorridas durante o regime militar em nosso país (1964-1985).

O livro-documento "Direito à Memória e à Verdade" marcou a celebração da data de ontem no Brasil. O volume apresenta, detalhadamente, as circunstâncias da morte dos 339 casos avaliados pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. No livro-documento, integrantes dos órgãos de repressão da ditadura militar são acusados de decapitar, estuprar, torturar, ocultar cadáveres e executar presos que se opunham ao regime.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no lançamento do livro, que o governo continuará o trabalho de busca dos restos mortais dos desaparecidos políticos da época do regime militar, sem que isso signifique uma atitude de "revanchismo" em relação às forças armadas. "Vamos continuar os trabalhos e daremos uma resposta aos familiares das vítimas. A história do Brasil precisa desta verdade, tal qual ela é" _ disse Lula..

Na cerimônia de lançamento do livro, no Palácio do Planalto, na presença de vários ministros e parlamentares, familiares de desaparecidos durante a ditadura reivindicaram a abertura dos arquivos secretos do país, com a esperança de descobrir o destino de seus parentes. (CM/AF)







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