IGREJA RECORDA SANTO AGOSTINHO, GRANDE BISPO E PENSADOR CRISTÃO, PARTICULARMENTE ESTIMADO
POR BENTO XVI
Cidade do Vaticano, 28 ago (RV) - A Igreja recorda hoje, Santo Agostinho, bispo
de Hipona, padre e doutor da Igreja, cujo pensamento muito influenciou a doutrina
cristã. Bento XVI inspira-se muitas vezes em sua teologia.
De fato, o pontífice
reconhece nos escritos do pensador africano, um válido guia para aqueles que se encontram
na busca da verdade e querem entender os dogmas do Cristianismo. Em seus discursos
e em suas homilias, o papa cita muitas vezes Santo Agostinho, para evidenciar seus
preciosos ensinamentos.
Sua personalidade, obras e ministério traçaram um marco
no Cristianismo, e seu pensamento e reflexões encontram-se hoje, entre os fundamentos
da teologia, por isso a Igreja o reconheceu padre e doutor.
Tendo vivido entre
os séculos IV e V, Santo Agostinho é autor de uma vasta biblioteca que trata de vários
temas, entre os quais o da interioridade, do livre arbítrio e da graça. E não se pode
deixar de mencionar a cristologia e a eclesiologia do bispo de Hipona, desenvolvidas
por Bento XVI quando era jovem estudante, na tese que, em 1953, o fez doutor em Teologia:
"Povo e casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho".
Profundo conhecedor
dos Padres da Igreja, o papa ressaltou, reiteradas vezes, que a figura do bispo de
Hipona teve muito peso em sua vida de teólogo e de pastor e, antes ainda, de homem
e sacerdote, como disse no dia 22 de abril passado, na visita que fez à Basílica de
São Pedro in Ciel d'Oro, de Pavia _ na região italiana da Lombardia _ onde são conservadas
as relíquias de Santo Agostinho.
Encontrando os estudantes do Seminário Maior
de Roma, no dia 17 de fevereiro passado, Bento XVI contou seu encontro com o grande
filósofo e pensador.
"Era, para mim, sobretudo, fascinante essa grande humanidade
de Santo Agostinho. Teve que lutar espiritualmente para encontrar, pouco a pouco,
o acesso à Palavra de Deus, à vida com Deus, ao grande sim à sua Igreja. Esse caminho
tão humano, no qual também hoje, podemos ver como se começa a entrar em contato com
Deus, como todas as resistências da nossa natureza devem ser levadas a sério e depois
devem também ser canalizadas para chegar ao grande sim ao Senhor. Assim, me conquistou
a sua teologia muito pessoal, desenvolvida, sobretudo, na pregação" _ disse o papa.
"Seguindo
atentamente o curso da vida de Santo Agostinho _ disse o pontífice _ pode-se ver
que a conversão... não foi um evento de um único momento, mas justamente um caminho.
Assim, podemos justamente falar das "conversões" de Agostinho que, de fato, foram
uma única conversão na busca da Face de Cristo e depois no caminhar junto com Ele."
Bento
XVI inspirou-se em Santo Agostinho, para escrever sua primeira encíclica, Deus
caritas est, evidenciando a sua mensagem central justamente em Pavia.
"Aqui,
diante do túmulo de Santo Agostinho, gostaria de, idealmente, entregar à Igreja e
ao mundo a minha primeira encíclica, que contém esta mensagem central do Evangelho:
Deus caritas est, Deus é amor. Essa encíclica, sobretudo a sua primeira parte, é amplamente
devedora do pensamento de Santo Agostinho, que foi apaixonado pelo Amor de Deus, e
o cantou, meditou e pregou em todos os seus escritos e, sobretudo, testemunhou em
seu ministério pastoral." (RL/AF)