LIVRARIA EDITORA VATICANA PUBLICA COLETÂNEA DE CATEQUESES DO PAPA
Cidade do Vaticano, 25 ago (RV) - A Livraria Editora Vaticana publicou, nos
dias passados, duas importantes coletâneas sobre o magistério de Bento XVI. Trata-se
de dois volumes sobre os ensinamentos do papa, no ano 2006, e de uma obra de rápida
leitura, que reúne o ciclo de catequeses do pontífice sobre os apóstolos e os primeiros
discípulos de Cristo.
Nesta última, centralizada nas origens da Igreja, se
colhe a grande atenção reservada por Bento XVI ao conhecimento dos fundamentos da
nossa fé. Um compromisso catequético que caracteriza o pontificado de Bento XVI desde
seus primeiros passos.
Um estilo particularmente apreciado pelo biblista docente
de Introdução à Teologia da Universidade Católica de Milão, Pe. Bruno Maggioni, entrevistado
pela Rádio Vaticano.
Pe. Bruno Maggioni:- "A minha reflexão não pode
deixar de partir de uma aprovação completa do que o papa está fazendo: compartilho
plenamente. É necessária a catequese; entendo por catequese, sobretudo, a clareza
sobre os fundamentos dos quais deriva todo o resto. Para se ter uma idéia de Igreja
devo partir da Igreja das origens. Jamais devo esquecer que ali há um espelho que
deve ser atualizado. A história tem suas exigências, mas não há uma traição da lógica
que nela se revela."
O papa convocou para o próximo ano, o Sínodo dos Bispos,
que vai se realizar sobre o tema "Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja".
O conhecimento das Sagradas Escrituras é hoje, certamente, muito escasso em muitos
fiéis. Como afrontar esse problema, que o papa evidentemente coloca em primeiro plano,
mediante suas catequeses?
Pe. Bruno Maggioni:- "Anos atrás _ e essa
tendência persiste ainda hoje _ parecia que a palavra era suplantada pelas pesquisas
secundárias sobre a origem da palavra, num mecanismo ou outro, e assim parecia desaparecer
o verdadeiro significado, bonito, claro, lúcido da Palavra de Deus que se estava estudando.
Agora, devo dizer que, por vezes, tenho medo do contrário, da tendência oposta, isto
é, de uma leitura da Palavra improvisada, imediata, sem a o trabalho de entender o
que significa essa ou aquela página. As leituras são muito improvisadas e também por
demais piedosas. Ao invés, a beleza da Palavra está justamente onde se colhe o sentido,
prescindindo da primeira e da segunda tendência. E essa Palavra é tão moderna, tão
capaz de entender os grandes problemas do homem de hoje. E é uma Palavra de beleza,
que convence." (RL/AF)