Cidade do Vaticano, 24 ago (RV) - O prefeito da Congregação para o Clero, cardeal
Cláudio Hummes, enviou uma mensagem aos diáconos permanentes de todo o mundo, na qual
manifesta sua admiração por eles, e afirma que "a restauração do diaconato permanente,
decidida pelo Concílio Vaticano II, é uma preciosa graça do Senhor a Seu povo". Esse
ministério ordenado é considerado pelo Cardeal Hummes como "de grande potencialidade
e atualidade na missão da Igreja". A mensagem lembra que a maioria desses diáconos
são casados e só desempenham sua missão por amor, apoio e colaboração de suas esposas
e filhos.
"Hoje, a Igreja chama todos os seus membros, principalmente os ministros
ordenados, a serem missionários, ou seja, a se erguerem e irem, de maneira organizada,
ao encontro, antes de tudo, dos nossos batizados que se afastaram da prática da própria
fé católica, mas também de todos aqueles que pouco ou nada sabem de Jesus Cristo e
de Sua mensagem" _ escreve o cardeal brasileiro.
"Não podemos mais fechar-nos,
e aguardar os batizados em nossas igrejas. Temos de ir buscá-los onde vivem e trabalham,
com uma ação missionária permanente e atenção especial aos pobres das periferias urbanas"
_ indica o prefeito da Congregação para o Clero.
Na mensagem, enviada na festa
litúrgica de São Lourenço, diácono e mártir, recordado no dia 10 de agosto, o Cardeal
Hummes fala das responsabilidades que podem ser confiadas aos diáconos na pastoral
batismal e na pastoral matrimonial-familiar, além de toda a ação de caridade, solidariedade
para com os pobres, e justiça social.
Os diáconos, grau inferior ao sacramento
da Ordem, são ordenados para o serviço e não para o sacerdócio. Com a clericalização
da Igreja nos séculos passados, o diaconato passou a ser, desde o século V, uma passagem
para o presbiterado.
A redescoberta de sua especificidade e importância nas
atuais circunstâncias da Igreja e da sociedade levou o Concílio a restabelecer o diaconato
como "grau próprio e permanente da hierarquia", o que foi concretizado por Paulo VI,
com a carta apostólica em forma de motu proprio, intitulada Sacrum diaconatus,
de 18 de junho de 1967. (CM/AF)