NO ANGELUS DE HOJE, A SOLIDARIEDADE DO PAPA PARA COM A POPULAÇÃO DO PERU

Cidade do Vaticano, 19 ago (RV) - Bento XVI rezou, ao meio-dia de hoje, a oração do Angelus, com os peregrinos, fiéis e turistas reunidos no pátio interno da residência de verão, em Castel Gandolfo, nas imediações de Roma.

Antes da oração mariana, o Santo Padre pronunciou uma breve reflexão, partindo do Evangelho de hoje: "Quem conhece, minimamente, o Evangelho de Cristo, sabe que a sua mensagem é, por excelência, uma mensagem de paz. O próprio Jesus, como diz São Paulo, é a nossa Paz. Ele morreu e ressuscitou, para abater o muro da inimizade e inaugurar o Reino de Deus, que é um Reino de amor, de alegria e de paz" _ disse o Santo Padre.

A paz que Cristo veio trazer aos homens não é sinônimo de simples ausência de conflitos. "A paz de Jesus é fruto de uma constante luta contra o mal. Jesus veio ao mundo, não para combater contra os homens ou contra os poderes humanos, mas contra o inimigo de Deus e dos homens, ou seja, contra Satanás. Quem quiser resistir a esse inimigo, permanecendo fiel a Deus e ao bem, deve, necessariamente, enfrentar as incompreensões e, algumas vezes, até verdadeiras perseguições."

Por isso _ afirmou o pontífice _ aqueles que quiserem seguir Jesus e comprometer-se com a Verdade, devem estar preparados, pois deverão enfrentar oposições e serão sinais de divisão entre as pessoas e até mesmo em âmbito familiar.

"O amor pelos pais é um mandamento sagrado. Porém, para ser vivido de modo autêntico, jamais deverá ser colocado acima do amor a Deus e a Cristo. Assim, nas pegadas do Senhor, os cristãos se tornam "instrumentos de sua paz", segundo a famosa expressão de São Francisco."

Esta paz, porém, disse o papa, não deve ser aparente, mas real, mantida, com coragem e tenacidade, na luta diária de vencer o mal com o bem, e pagando, pessoalmente, o preço que ela comporta.

Bento XVI concluiu sua alocução, invocando a Virgem Maria, Rainha da Paz, que compartilhou, até ao martírio da sua alma, a luta de seu Filho contra o Maligno e ainda continua até o fim dos tempos.

"Invoquemos a sua materna intercessão, para que ela nos ajude a ser sempre testemunhas da paz de Cristo, sem jamais descer a compromissos com o mal" _ disse o papa.

A seguir, o Santo Padre rezou a oração mariana do Angelus, com os numerosos presentes no pátio interno da residência apostólica de Castel Gandolfo.

Antes de se despedir dos fiéis, Bento XVI recordou a tragédia natural que se abateu sobre o Peru, na última quarta-feira: "Nestes dias, o nosso pensamento e as nossas orações se dirigem, constantemente, às populações do Peru, atingidas por um terremoto devastador. Invoco a paz do Senhor para os numerosos defuntos, o pronto restabelecimento dos feridos e, aos que se encontram em míseras condições, asseguro que a Igreja está com eles, com toda a sua solidariedade espiritual e material."

Nesse ponto, o Santo Padre lembrou que o cardeal secretário de Estado, Tarcísio Bertone _ que de há muito havia previsto visitar o Peru _ o fará agora, como testemunha dos seus sentimentos e com a ajuda concreta da Santa Sé.

Ao se despedir dos fiéis e peregrinos presentes em Castel Gandolfo, o papa dirigiu seu pensamento à população peruana: "Com grande preocupação e carinho, sinto-me próximo de tantos irmãos e irmãs, tão duramente provados. Encomendo a Deus as numerosas vítimas e feridos, assim como todos aqueles que perderam suas casas e seus bens. Que a intercessão de Nossa Senhora desperte em todos, sentimentos de caridade e solidariedade fraternas, que permitam aliviar sua difícil situação."

Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos numerosos brasileiros presentes em Castel Gandolfo, provenientes, sobretudo, de Jundiaí, SP, acompanhados por um dos bispos auxiliares de São Paulo.

"Saúdo os peregrinos de língua portuguesa: desejo a todos, felicidades, paz e graça no Senhor! Em particular, saúdo os brasileiros da diocese de Jundiaí, acompanhados por Dom Joaquim Justino Carreira, bispo auxiliar de São Paulo. Que a luz de Cristo anime sempre a vossa fé, esperança e caridade, numa vida digna, cristã e repleta de alegrias. E dou-vos, de coração, extensiva aos vossos familiares e pessoas amigas, a minha bênção." (MT/AF)