2007-08-20 14:03:46

CARDEAL-ARCEBISPO DE VIENA CONVIDA CATÓLICOS AUSTRÍACOS A SAÍREM DAS PARÓQUIAS PARA TESTEMUNHAR A FÉ ENTRE OS DISTANTES


Cidade do Vaticano, 18 ago (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã, na residência pontifícia de verão de Castel Gandolfo, o cardeal-arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, acompanhado do bispo de Graz-Seckau, Dom Egon Kapellari.

O encontro se dá a cerca de três semanas da viagem pastoral do papa à Áustria, que se realizará de 7 a 9 de setembro próximo, com o lema: "Olhar para Cristo"... e sereis minhas testemunhas".

Sobre essa visita do Santo Padre, que se insere no âmbito da celebração dos 850 anos de fundação do santuário mariano de Mariazell, a Rádio Vaticano entrevistou o Cardeal Schönborn. À vigília da peregrinação do papa a Viena e a Mariazell, a Igreja austríaca se mostra muito dinâmica e muito viva. Fala-se de um despertar após os momentos difíceis dos anos passados...

Cardeal Christoph Schönborn:- "Fico contente de ouvir que há um grande despertar. Nem todos vêem assim, porque há também sinais de cansaço, não apenas na Igreja, mas também na sociedade. Registramos uma espécie de falta de "vento", para se usar uma linguagem do mar. Uma coisa, porém, é verdade: após anos muito difíceis, estamos vendo uma tomada de consciência, um sentido da coragem mais explícito por parte dos cristãos austríacos, que sentem sempre mais, que esta nossa sociedade precisa do Evangelho, da fé, da oração... Mas, sinceramente, devo dizer também, que não sei se, diante desse desafio, estamos à altura daquilo que o Senhor nos pede. Ele pede que andemos avante, que saiamos das nossas comunidades, para dar testemunho do Evangelho. Não somos ainda bastante e suficientemente missionários."

P. Cardeal Schönborn, quais são, neste momento, as prioridades pastorais para a Igreja e para os bispos na Áustria?

Cardeal Christoph Schönborn:- "Dentro da Igreja _ em primeiro lugar _ há a realidade da grande rede das comunidades paroquiais, que têm uma grande vitalidade, mas também todos os problemas que derivam da falta de sacerdotes e de jovens. Trata-se, portanto, de encorajar toda a rede das paróquias de toda a Áustria, e essa é uma das principais finalidades da viagem do Santo Padre: de fato, foram convidados a Mariazell, com prioridade, os representantes dos Conselhos Pastorais das paróquias. O Santo Padre terá palavras explícitas de encorajamento para eles. Outro desafio, desta feita ad extra, isto é, fora das comunidades paroquiais, é _ sem dúvida alguma _ a missionariedade: a disponibilidade a abrir-se a outros, à maioria da sociedade, ou seja, à maioria dos nossos cidadãos que, muitas vezes, são pessoas distantes da fé e da Igreja. Repito: o grande desafio hoje é a missionariedade. E nós o experimentamos em nossa bonita experiência da "Grande Missão" da cidade de Viena, da qual nasceram várias iniciativas missionárias que ainda hoje estão em andamento. Também nesse âmbito esperamos muito do encorajamento do Santo Padre... "Ide e dêem testemunho da vossa fé!"

P. A Igreja austríaca tem outro compromisso prioritário, isto é, a Doutrina Social da Igreja. Quais são as considerações da Igreja na Áustria sobre a realidade atual e sobre as dinâmicas sociais do país?

Cardeal Christoph Schönborn:- "Deve-se dizer, em primeiro lugar, que a sociedade austríaca vive, neste período, um bem-estar único, talvez inédito em sua história. Além disso, o clima social é muito sereno. Por exemplo, não existem mais as grandes greves do passado. O desemprego existe, mas seu índice é muito mais baixo do que em outros países. Devemos agradecer a Deus por essa situação muito favorável. Por outro lado, porém, existem algumas situações preocupantes: a primeira é o constante e considerável aumento do fosso social entre ricos e pobres. O número de pessoas que vivem no nível mais baixo de bem-estar ou no nível de pobreza está em contínuo aumento. Esse fenômeno é conseqüência da globalização que, obviamente, por si, não é negativa em todos os seus aspectos _ certamente não! _ mas causa essa situação que muito nos preocupa. Outro ponto diz respeito ao acolhimento à vida. Essa grande ferida existe em muitos países europeus, mas, sobretudo, entre nós, na Áustria. O "sim" à vida, tanto em seu início quanto em seu fim natural, é cada vez mais colocado em discussão."

P. Cardeal Schönborn, quais são as expectativas dos austríacos e dos católicos? O que os senhores esperam de Bento XVI que, dentro de poucas semanas, visitará Viena e Mariazell?

 
Cardeal Christoph Schönborn:- "Como ele mesmo disse no início de seu pontificado, Bento XVI virá entre nós para "mostrar a beleza da fé'; para mostrar como é bonito seguir Cristo. Nós esperamos com alegria esse encorajamento". (RL/AF)







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