Tender para o céu é característica da Igreja: Bento XVI ao Angelus. Solidariedade
pelas vítimas das inundações no sudeste asiático
(12/8/2007) O Papa evocou Abraão, que a Epístola aos Hebreus apresenta como um peregrino,
guiado pela fé: “Pela fé Abraão, chamado por Deus, obedeceu, partindo... sem saber
para onde ia. A sua verdadeira meta era a cidade de sólidos alicerces, cujo arquitecto
e construtor é o próprio Deus.”
“A cidade a que se faz alusão – esclareceu
Bento XVI – não existe neste mundo, é a Jerusalém celeste, é o paraíso. Bem consciente
disto estava a primitiva comunidade cristã, que se considerava aqui em baixo como
forasteira e designava os seus núcleos residentes nas cidades como paróquias,
o que significa precisamente colónias de estrangeiros (em grego, paroikoi).
Deste modo os primeiros cristãos exprimiam a característica mais importante da Igreja:
precisamente a tensão para o céu”.
“A liturgia da Palavra hoje convida-nos
a pensar na vida do mundo que há-de vir, como repetimos cada vez que com o
Credo fazemos a nossa profissão de fé. Um convite a viver a nossa existência de modo
sensato e previdente, considerando atentamente o nosso destino, ou seja, aquelas realidades
que chamamos últimas: a morte, o juízo final, o inferno ou o paraíso. E assim
exercemos a nossa responsabilidade em relação ao mundo e construímos um mundo melhor.”
Depois
das Ave Marias, antes das saudações em diferentes línguas, Bento XVI recordou as “graves
inundações que, nos últimos dias, devastaram diversos países do sudeste asiático,
causando numerosas vítimas e milhões de desalojados”. Exprimindo a sua “profunda participação
no sofrimento das populações atingidas”, o Papa exortou “as comunidades eclesiais
a rezar pelas vítimas e a apoiar as iniciativas de solidariedade promovidas para aliviar
os sofrimentos de tantas pessoas duramente provadas. Que nunca falte a estes nossos
irmãos e irmãs, a tempo, a generosa ajuda da Comunidade Internacional!”